Thursday, December 30, 2010

Sonho




A loucura tem o seu próprio modo 
de nos mostrar o que é certo,
o que é errado.

Jovem irado que jaz na calha
de descobrir o próximo escape
perde-se na luta da descoberta de si mesmo.

Por momentos vislumbra uma multidão
despegada e desconexa
embebida na sua própria solidão.

Repete-se a rotina.
O trabalho das 9 às 6
Não te libertas da prisão.

A culpa não é tua.
A responsabilidade talvez um pouco.
Afinal quem te deu a mão?

As coisas não tem de ser assim.
Por vezes é tão simples como olhar para dentro
e dar aos demais aquilo que queremos para nós.

Cliché, por certo...
Não o é menos verdade por tal. 
O embrenhamento na lassidão dominante 
pouco espaço dá à vivência real
alimentando apenas o espaço do mortal.

O sonho que se nega sonhar,
sonho que fica por realizar...
Depende tão só de ti,
de ti, 
de ti,
de ti,
de ti, 
e de ti.
de mim... também...
Afinal que somos sem o sonho?

Saturday, December 25, 2010

Sleep makes me awake




Existem coisas que por muito tempo que passe nunca deixam olhar para além 
das pálidas imagens que jazem presentes
à minha frente,
ausentes de si mesmas
tocando no etéreo
sem noção de si mesmas.

Em redor tudo está escuro.
O isolamento é certeza que vem de dentro.
Vislumbra-se a luz que teima em não chegar.
Esperar mais um pouco, 
mais um momento,
mais um evento,
seguido de outro,
e outro 
e outro 
e outro...

Tu aí que caminhas para aqui...
Continuo sem te ver
mas sei que estás ai.
E eu... rumo... sem te ver...
cego pela tempestade de areia que se abate sobre mim...
Empurra-me para trás...
Mas não me detém...
Sei que aí vens e eu...
marcho...
sigo...
luto...
caminho...
rastejo e corro um pouco mais ...
navego...
voou....
vou... 
a correr para ti...
Nada me pode deter...

Desta vez não é ilusão...
já oiço a tua voz 
e é ela que me puxa na tua direcção.
Marcha, marcha guerreiro,
caminha em direcção à luz,
os braços que te esperam emanam o calor que te acolhe.

Recolhe,
aos lençóis,
o teu castelo, 
o teu forte,
somos unos,
somos um...

Feliz,
em ti,
em mim, 
em nós.

Não importa que não oiças a nossa voz.
Apenas que o sintas.
Eu sinto.

E por muito que enrole não consigo para isto encontrar um fim...
Talvez apenas porque isto apenas seja um início...

Comecemos então....

Sunday, December 19, 2010

Andas perdido?




Viver sempre no presente
sem bem saber o que isso quer dizer.
O manual do caminho da tua vida permanece indiferente.
Questionas sem obter resposta,
mas caminhas em frente
pois em frente poderá estar a resposta
sem saberes se a vida te esconde ou mente
permanentemente ausente.
E tu que um dia foste crente...

O lamento aqui não tem lugar.
Cismar tão pouco serve o seu propósito. 
Os actos do dia a dia são feitos sem pensar,
repetidos à exaustão, mecanizados
por vezes ludibriados
e tantas vezes nos mantemos inebriados
com esperança de esquecer o que lá vem...
o que passamos....
o que vivemos...
Por momentos somos felizes na nossa fuga, 
mas ela encontra-nos sempre
e nesse momento....
nesse momento somos sempre obrigados a tomar uma nova decisão.
Fugir?
Assumir?

O tempo que está a contar e não espera. 
Mas espera mais um pouco.
Dá-me um pouco mais de ti mesmo.
Não sou capaz de tomar tal decisão,
assim, pressionado...
Não sou capaz de respirar.
Dá-me ao menos um pouco de ar
e talvez um pouco de força para persistir.
Não vou desistir,
mesmo que esteja errado.

E tu?
O que fazes aqui?

Saturday, December 18, 2010

Nem tudo tem de ser igual, embora muitas vezes o seja...




Pendo pendurado do meu tempo
que não temo.
Invento.

Repito o que outrora disse,
pensei,
fiz,
os passos que dei
o ar que respirei,
a vida que vivi,
repeti.

Dou voltas
e revoltas
envoltas 
da mesma batida
repetida 
infinita.

Poderia até variar,
procurar uma nova canção
variação avariada de uma vazia acção.
Mas é na repetição
que encontro repetidamente a emoção.

Ver escrever o que nunca sonhei poder ser real,
surreal embebido num ideal 
legítimo, apenas por vezes leal.

Prossegue a catadupa que se entrega 
por entre a esterilidade de momentos ausentes
de mentes poucas vezes presentes
semeadas nos espaços vazios 
de um espírito que viaja aos tropeções,
repelões disfarçados de inebriantes sorrisos.

O pessimismo semeado pelos demais
por vezes torna-se demasiado démodé
vitima do seu próprio fatalismo
que sufoca a alma que procura vir à tona, 
respirar pelo menos um pouco de ar.

Respeito faz ricochete no peito.
Não reflecte a lágrima que cai. 
O tempo não pára,
E como eu gostaria que parasse 
quando vivo nos teus braços. 
Chega de escuridão 
quando tu e só tu me trazes alento ao coração.

Quero o teu sorriso.
Quero-te para mim.
Afinal...
This can be the beginning of a beautiful friendship...

Thursday, December 09, 2010

Abram alas, lá vão as palas...




Apontas o dedo à espera de uma resposta.
Deixaste levar pela torrente incontrolável
que controla todo o teu corpo.
Nada podes fazer além de te deixares cegar pelo ódio,
todo ele acumulado dentro de ti...
Descarregares toda essa fúria em quem estiver mais a jeito.
Foi assim que te vi...

A razão é ausente da acção.
Ignoras o contexto.
O que é realmente importante é o presente.
Afinal de que importa aquilo que veio de trás?

As they say "history repeats itself"

E como não há-de o ser?
A memória é curta,
da mesma forma que a visão.
Para quê compreender a outra parte?
Saber o porquê dos seus actos,
o que os condicionaram?

Tudo isso é irrelevante
e ainda mais imperdoável.
É sempre a maldade que jaz nos seus corações,
a manipulação,
a sede de poder,
nunca o medo,
nunca o pânico,
nunca o desespero.

Tic, tic, tic,
the clock is ticking
e não há tempo a perder para descarregar a própria frustração
na inocência alheia.

Corre, corre,
agarra a primeira pedra que encontres e joga-a contra o teu alvo,
esmaga-o com todo a raiva.
Não tenhas pena nenhuma, pois não é digno de tal.
Destrói, destrói,
não é digno de viver
e não permitas que isso te vá corroer.
Não se pode perder a oportunidade de eliminar a ameaça.

Não importa o que ou quem,
importa sim ser Anti.
Criar um motim,
lançar o caos,
disseminar o ódio
e alimentar eternamente a espiral de violência
exploração,
segregação,
alienação,
manipulação.
Nunca mas nunca dar a mão...
A menos que seja com ela bem fechada
para com toda a força
ser devidamente lançada.
E se não causar qualquer dano então,
volta-se a repetir.

É só rir com a desgraça alheia.
Mesmo que não seja para fora
pois não é socialmente aceitável.
Pelo menos ri-se para dentro.

Bem que podes acenar com a cabeça
e pensar que não,
mas os teus actos dizem o contrário,
tal como os meus.

Por certo que ninguém gosta de ler,
ouvir,
pensar,
ou reflectir sobre o que aqui está escrito.

A pergunta que se coloca é simples.
É este o mundo que queres?

Anda, 
dá-me a mão e vamos...
Vens?
Sozinho não sou capaz...

Rumo à indefinição




Ando afogado na imagem ilusória daquilo que sou eu mesmo.
Perco-me por entre devaneios não mortiços.
Bloqueio sem saber o que bloquear. 
Mantenho o frenético ritmo de estar parado.
Sigo no mesmo local sem me mexer.
Oiço apenas o barulho de motores a trabalhar.
Uns mais fracos, outros mais potentes.

A cama está lá ao fundo no corredor.
Não que eu corra em sua direcção. 
Tão pouco movo o meu cú do sítio onde ele está sentado.
Já me dói um pouco é certo.
Mesmo assim não o suficiente para trocar de posição. 

Continuo a jogar,
o jogo, 
o joguinho, 
mais um pontinho
e o jogo que é a minha vida
sigo sem o jogar deixando-me perder sem nada fazer.


Penso que por mais de uma vez me pedi na ilusão de um momento que passou.
Não sei bem do que se trata,
tão pouco o que me faz sentir.
Elaborar belas estrofes com sabores de nada conter.
Permitir que se siga jogando o mesmo jogo que não se conhece,
não se entende ou compreende.
E continuas a perder enquanto eu aqui estou a escrever.

Poemas uns dizem... nem sei bem porquê.
Eu simplesmente chamo uma palermice qualquer,
que nem sentido algum tem sequer.
Se quer o querer e sempre sem o fazer.
Distorce-se o sentindo, 
perverte-se a melodia,
enterrando-se o juízo,
não permitindo viver o morrer.

Como te atreves?
Como te atreves a sequer por os olhos 
naquilo que nem sequer um esgar foste capaz mostrar?
Como te atreves?

Como te atreves?

A mim só me apetecia viver.

Monday, December 06, 2010

Fantasma




Perdido na pasmaceira
embebido num sentimento 
que pouco tem de definido
vou passando
passo ante passo
ao lado daquilo que cerca
ao lado daquilo que me rodeia
entra no meu espaço
espaço que não tenho
e me pergunto, 
o que é isto?

Invisto numa incerteza
sem bem saber como o fazer.
Sigo perdido.
Removo do meu caminho não sei eu bem o quê
Mas prossigo.
Não paro.

Sempre que parei morri mais um pouco.
Os risos em meu redor parecem apenas artificiais
como meras desculpas para as capas que vestem
projectando para fora sinais de alegria,
quando no interior tudo é negro.
Tão negro que por vezes trespassa o espaço por entre os dentes
quando abrem a boca a mostrar a hipocrisia dos seus seres.

Não sou por certo melhor que todos vocês.
Mas como dizem lá na rua,
"não papo grupos"...

Caminhas, passas por mim,
ages como se eu fosse um fantasma
quando na realidade o fantasma és tu
entrevado e distanciado do teu coração 
que não sabes se bate
já que de tão distanciado está daquilo que pensas
coberto de camada e camada de aparências em cima desse corpo.

Como é imensa a distância que separa
o que demonstras daquilo que és
o que pensas daquilo que sentes

Por isso minha cara, 
o fantasma és tu.
Tu que nem uma palavra me és capaz de dirigir,
pois sabes que faço os teus podres virem todos ao de cima,
tu que te sentes desconfortável com as minhas palavras,
porque digo aquilo que sinto
e não me calo apenas porque é conveniente.
É o medo que te consome...
Não tanto de mim,
mas.... mais aquilo que eu te diga,
te faça confrontar a ti própria.
E é a ti quem realmente temes.

Sim, o fantasma és tu.
Eu questiono, segrego e sou incómodo.
Logo, é natural o teu afastamento...
Mas também não vou atrás,
por muito que o deseje.

O fantasma és tu,
E como tal optas pela convivência com outros fantasmas tais como tu.
Não enxergas que quando todos os outros se forem,
Eu ainda aqui estarei.
Pois eu não sou como tu.
Afinal o fantasma és tu.
O fantasma és tu.

Saturday, December 04, 2010

Era mesmo necessário tudo isto?




Muito pensei no que dizer, 
fazer,
ou o que iria encontrar
por entre as fachadas que me caiam aos pés.

Caminhei por entre ruínas 
decompostas daquilo que eram outrora sólidas imagens
construídas de uma vanidade atroz.

Dizes que és.. 
o irrelevante do que foi a tua vivência premente
que não discute mas mente 
da forma que pode... desconexa.

E recorres ao que te rodeia, 
desesperas sem que a espera te alcance
ou te deixes abraçar pela mão que te protege.
Estás só porque assim o desejas.
Melhor até, dizer tu.
Ou disso mesmo te queres convencer. 

Mas não me venhas atirar areia para os olhos, 
pois leio-te ao longe.
Sabes lá tu o que é música
com o poder de mudar este mundo e o outro. 

O problema não é teu, 
pois quem não tem a percepção de como o processo funciona,
jamais poderá descortinar as manipulações 
a que o mais comum dos mortais está sujeito. 
És apenas mais um nesse carreiro.

Não é para te fazer sentir melhor.
Não é esse o meu papel. 

O Juvenal trás por aí o jornal
E continuas sem lá aparecer.
Porque será?
Porque será seu vil ser?
Homenzinho sem querer,
Mulherzinha que se faz passar por santa.
No fundo és uma puta e tu bem o sabes.

Paro, olho para trás e pergunto-me
porquê?
Era mesmo necessário tudo isto?
Era mesmo?

Thursday, December 02, 2010

Deambulações vazias de um destino proscrito




Sinto que não pertenço aqui.
O local acaba por ser irrelevante.
Seja aqui, ali, acolá,
o sentimento mantém-se.
O de não pertença.

É como se eu conhecesse o mundo
e ainda mais o universo me conhecesse
e no fundo conheço tão poucos
e ainda menos me conhecem.

Todos entretidos na sua vida, 
todos entretidos no seu grupo,
e aqui o pára-quedista observa...
Tal e qual quando vou ao cinema, 
observo o que é projectado na tela
e a vida, toda ela,
a passar ao lado.

Não importa...
Nem sem bem sequer o que importa.
Emerge-se de uma natureza morta,
ou pelo menos soa mortiça...
Lânguida, vazia... 
como tu o és,
Como eu disfarço que não,
mas que no fundo sou.

Sou o seguimento do dia que foi ontem, 
o preâmbulo do amanhã.
Sem tempo para mim,
Numa vida que resta sem fim
num vazio que ficou por enunciar.   

E escrevo...
Escrever sem renunciar ao que sou,
sem bem saber o que tal é...
Pouco importa.
Pouco importa, 
desde que a natureza não seja morta.

Tuesday, November 30, 2010

Artificial




Olho em redor
e tudo me parece plástico
Artificial

Subo ao palco,
ajusto o microfone,
digo uma palermice qualquer
os aplausos...
Artificial.

Palavras consumidas como fast-food, 
ignorando melodias gourmet
Artificial.

Pedes perdão mas já vens tarde.
Quem és tu?
Não mais existes na minha vida.
Tudo foi... Artificial.

Tudo tem a sua devida utilidade,
mesmo quando forrado a falsidade.
Quanto mais não seja lembrar o que é ser real.

Foge-se dos fantasmas que marcam presença.
Ou puxa-se mesmo por forma a se poder justificar a acção
repetida à exaustão
que prende e não deixa avançar.
Artificial

As tetas de silicone acabam por ser o menor dos males.
Já relativamente aquela coisa cinzenta... se existente...
localizada um pouco abaixo dos cabelos... se existente...
o mesmo não se pode dizer.
Não tanto a massa em si, 
mas mais as ideias que produz.
Artificial.

Tu que aqui estás, 
marcas a presença num evento cultural 
pois é fashion
partes e nada levas daquilo.
És artificial.

Artificial.
Obrigado por me ajudares a ser mais Real.


Saturday, November 27, 2010

O Tasco



A noite,
por vezes
na sua imensidão
lembra-me da tamanha solidão.

Perde-se no infinito
na procura da pessoa que aparento ser.
Isento de essência,
navio de alma vazia,
pejada de uma esperança vã
que sempre fica por realizar.

A dor do não ser,
esconde-se por entre as ilusórias manhãs
que disfarçam trazer apenas a alegria
quando na realidade apenas o acordar na mesma...
realidade crassa e de pouca utilidade aplicada.

Dou-te mesmo a mão,
mas a mesma fica pendurada no ar,
por entre ventos que sopram de todo o lado.

Nós sempre o enfrentámos,
nunca virámos costas,
mesmo quando a situação assim o pede.

Reverte em favor de uma incerteza
que teima em não se fazer permanentemente ausente.

Penso que está na hora da minha morte
E nem as botas consigo descalçar.
Cinco velas e a minha Sepultura
há espera de me acolher nas suas fileiras.

Espera... já vou.
Não é propriamente quando queres.
É mais o como e o porquê.
Aqui vou eu sem bem entender o quê.

 O que importa é que estamos aqui,
mas eu não vou durar,
não vou chorar....

After all,
the winner takes all...
E eu... fecho o tasco.
Tudo a andar...

Friday, November 26, 2010

Era mortíço mas virou enguiço...



Era para ser assim...

Existe uma linha muito ténue
quase invisível
que nos separa.

Deste lado o ser
vs o desse,
o ter.

Plagiando a ideia,
escrevo Roma,
apenas que lida ao contrário.

Sem motivo nenhum, 
aparente pelos menos.
Simplesmente é giro.

E giro em torno de um conceito ilusório
que ilumina a minha mente, 
tal como uma traça que voa
à volta de uma lâmpada
que dá luz ao breu, 
nos faz ou tenta nos lembrar que não estamos sós.

Para todos nós, 
existe um farol lá bem ao fundo
que alumia a estrada de cascalho 
que jaz à nossa frente.

Adverso a conceitos, 
já por mim impostos, 
ou pelo menos na ilusão de serem meus
sigo o meu caminho.
E não serão os tropeções a me deterem por certo. 

Pinto e vivo da tela que me alimenta,
sorvo o destino que me acompanha
e tento ignorá-lo,
mas ele não se vai.
Fica.

Elimina a possibilidade
ao fazer a escolha 
que representa a ausência de ideias,
pelo menos aparente,
meio demente
e não vale a pena puxar pela mente, 
pois essa já está condicionada.

Não gosta de perder,
no entanto joga para tal.

O cansaço marca a sua presença, 
o corpo prestes a ceder.
A mente já há muito se apagou.

Do coração nem vale a pena falar.
Há muito se extinguiu 
e segue por aí perdido 
à procura de fogo que o aqueça. 

Dá-se a moleza.
Não são tons de pobreza,
mas sim de uma alma que procura mais
e ficasse por tudo aquilo que já tem.

Não importa se vais.
Eu fico,
porque daqui não sou capaz de sair.


Thursday, November 25, 2010

Flor literária



Falo de mim para ti 
aquilo que a minha alma te quer contar,
as minhas estórias do faz-de-conta
e do enganar,
como quem joga papelinhos para o ar.
É tudo uma festa.

O mim,
em ti.

O ti,
em mim.

O nós.

Falo de ti para mim
aquilo que quero te ouvir dizer.
Quero que me segredes ao ouvido,
como o fizeste na última noite,
em que me derreti com as tuas palavras,
me desfiz quando me tocaste.
Quase que morri por segundos apenas.

Segundos de morte essa que marcam a minha vivência. 
Pelo menos esta... positiva.

Na rima me perco
na prosa te envolvo,
com as minhas letras te toco,
e tudo à nossa volta é papel. 

Vamos escrever um livro, 
manchar as folhas de papel
com perfume da nossa essência liquida e permanente.

Nasce a flor da nossa união,
jamais ilusão,
pura tesão.

Foi mágico...

Sonhei...

Agora o.... fazer.

Wednesday, November 24, 2010

Salganhemos... com sabor a bolo



Pintas os muros da cor que pintas os teus dias.
As formas que se vislumbram, reflexo do teu ser.

Morrer nunca foi alternativa,
tão pouco o viver.
Afinal em que ficamos?

Sentir, 
ouvir mais um pouco a banda a passar,
os dias a contar,
em momentos que ficaram por marcar a sua presença.

Ausência,
por certo marcado de uma incerteza ilusória,
de uma mão que se estende em direcção ao infinito 
procurando atingir sabe-se lá o quê...
Como se isso importasse.

Importa, 
pelo menos para mim.
Quem me lê por certo se questiona. 
Quanto mais não seja do infinito número de barbaridades que vou escrevendo.

Irei por certo servir de exemplo, 
A todos os doutorados e catedráticos,
bobos, tolos e intelectualóidezinhos pequeninos.
Mesmo muito pequeninos,
daquilo que não se deve fazer.
Eu é mais é bolos.
Com creme ainda melhor.

Não é por certo um fim.
É apenas mais um inicio,
tentar inovar quando tudo já foi dito,
escrito, 
pensado, 
relatado,
descrito, 
no crivo de uma civilização à beira de repetir exactamente todos os erros
já outrora realizados num passado,
por vezes nem tão distante quanto isso.

Bolas.... chouriço.
hm... este texto já começa a ter muitos sabores exóticos.
hm... o dilema.... 
escrever ou....
decidido... 
sejamos coerente...
Eu é mais é bolos... 
logo, frigorífico com ele...

Como ele, 
no meu caso ela...
diabo... 
na minha mente soa sempre mal...
Ora bem...
pura demência...

Escrita,
fome, 
demência...
Tudo excelentes ingredientes para se cozinhar um texto de qualidade.
Por muita que a mesma seja de origem duvidosa.

Assim sendo...
Começamos?

Tuesday, November 23, 2010

Vento



Vento porto de abrigo
Vento ponto de alento
lento e calmo
abraça a voz que vocifera lá bem ao fundo
lá no fundinho 
que segreda bem baixinho
no recanto escuro onde a luz não chega.

Vento do alento 
que sopra com toda a bravura
daquela que me falta
de uma luta que o eu não lutou
resignou-se à apatia que se abateu
algures entre a sombra e a escuridão.

Ligas a televisão.
Os sons eléctricos que emanam no ar.
O vento lento te acolhe.
Quem te manda dormires ao relento?
Re Lento.

Vento, ventinho, 
dá-me força para sair daqui de fininho, 
sem que ninguém perceba da minha imensa existência 
que teima em estar ausente
de presenças que nada pintam no fundo vazio
desse emaranhado de sentimentos difusos
a que alguns chamam de profundos.

Para mim são simplesmente parvos.
Como os poetas.
Mas não seu eu que mando aqui.
É o vento.
E ele para onde sopra, leva-me.
Ou então...

Ilusão?

Do vento surge o movimento
que se converge no sentimento.
Sentimos?
Juntinho os dois.
Que te parece?

Saturday, November 20, 2010

dizer sem noção



prurido
pústula
fissura
prostrado
perdoado
pensamento
positivo
analítico
absoluto
de veludo
novo
movo
oiço e questiono a ignorância do meu silêncio
que teima em tudo,
todos,
como que a modos,
inovadores
ilusórios
renovadores de ideias gastas
bastas a ti mesmo
e o passo continua por dar
A morte e a vivência de uma doce melancolia melosa.
Nada tem de nervosa.
Permite pelo menos respirar.
E calas, consentes...
Perdido
Remetido
Pedido.
Pérfido e sem sentido
que sente mas não mente,
em mente
vivamente
sem nada minimamente decente para dizer
lazer 
viver
comer 
morrer.
Pedra descalça,
vazia sem nunca o ter sido.
Parto para a terra do sonho.
Os vivos não me querem mais.
Afinal se aqui estivessem que me diriam?
É apenas mais uma chave perdida,
uma voz tremida,
um rumo incerto de uma incerta certeza.
Esperteza, saloia tem pouco.
Só mesmo o pão, 
porque o chouriço está a fazer.

Como é bom não ter a noção do que para aqui se está a dizer.

Wednesday, November 17, 2010

Não sou Poeta (inspirado ao som do Márcio André)



Tenho de escrever
dê por onde der.
Não tenho aspirações a ser poeta,
e ao contrário de muitos que se afirmam como tal,
onde de poetas apenas têm as letras,
sou mais um esbanjador de palavras que outro.
Nada me pedem,
mas mesmo assim dou,
contra a vontade mesmo de quem é o alvo a receber.

Não sou poeta,
nem gosto de tal título.
Usado e abusado para a fogueira de vaidades.
Descrevo simplesmente a forma como sinto as coisas.
O ver pouco importa.
Já não deixa de ter a sua importância
a leviandade dos actos cometidos,
semeados no horror aterrorizado.
Pouco de zen tem.

Esperar e voltar ao tema,
pintado de lema, leme, teme.
Vai passar.

O poeta perde-se na sua incerteza,
devidamente disfarçada de eruditismo.
Pega-se em referências fáceis e diz-se belas.
Amarelas da seiva que alimenta.
Podre.

Não se perde nada.
Nunca.
Por muito má qualidade tenha,
ruído que inunda,
dispersão pintada,
concretizada de ilusão.

E tu?
Permites-te chamar poeta?
Defines meta e deixas te levar no carnaval
que nem um carneirinho no rebanho.
Ranho teu que nem desdenho nem quero comprar.
Louvar.... Até talvez?
Vês?
Não digas sim só porque parece bem.
Diz que sim porque sentes.
Porque vives.
Porque és capaz de ser mais que os medíocres,
não são mais que os demais,
E eu quero mais,
mais,
e mais.

Não sou poeta.
Escrevo, mas não sou poeta.
Sou...
Sou...
Sou...
E tu também.
Somos, não somos?

Monday, November 15, 2010

A vida é feita de incertezas



Pensava que um dia poderia dizer ao mundo tudo o que sentia.

Pensava que um dia poderia partilhar com todos aquilo que vivia,
fazê-los tomar parte de algo que era tão especial para mim.
E ao fazer tal partilha que fosse também especial para eles.

Eles que estão em parte incerta
a fazer não se sabe bem o quê
muito menos com quem.
Porquê?

Porquê pensava eu que não poderia fazer a diferença, 
destacar-me dos demais,
ser igual a mim próprio,
guiar-me pelas minhas próprias ideias e ideais?

Olhas para mim, aqui.
Tu aí.

Não sei o que pensas,
tão pouco o que te vai na alma. 
Na minha vai um rodopio de sentimentos e emoções
que podem mudar o mundo,
sem que o mundo se aperceba.

Tu ai que olhas para mim aqui assim.
O que pensas?
Que falo não apenas com a voz, 
mas como um louco?
Ou será que o louco és tu
que te mantens sempre igual, 
com os mesmos preconceitos,
o mesmo autismo, 
a mesma mentalidade retrógrada e tacanha...

Vai velho do Restelo, 
vai tu para ali
e deixa-me a mim aqui.

Mais um  pouco e isto torna-se um texto reivindicativo...

E é...

De mim mesmo.
O resto.... que se foda.

Sunday, November 14, 2010

O palhaço...




Não existem palavras que possam expressar o que sinto.
Tudo o que vivo reduzido às cinzas dos dias,
passados de um momento para o outro,
onde tudo o que se reflecte é a ausência de uma presença,
outrora doce,
hoje pitada uma nova realidade,
que mói e corrói.
Pendente de uma ligação que se nega.
Não deixou de todo por isso de ser menos real.
É algo que nasce dos restos de um sonho desfeito.
Dizia perfeito.
Hoje em dia uma proeza que se diga... feito.

O Nick pergunta, eu respondo...
Não.
Efectivamente o tempo deu-te razão.

Tudo isso hoje nada importa.
Imagem de um passado.

Por outro lado, as hipocrisias repetem-se em catadupa.
Não por parte de quem a história rezou,
mas por certo de quem a rodeia.
O dizer mal... sempre.

Eu não faço melhor... mas bem tento... sem grande sucesso aparente.
Sucesso sem dúvida tenho eu no meu próximo passo.
Vou dormir, pois as pálpebras, já ninguém as segura.
Fecha a cortina, fecha o espectáculo.
O palhaço foi dormir... já não aguenta mais.
Foi bom enquanto durou...

Ou não...

Saturday, November 13, 2010

Estás entre os bons



Quem é o senhor que se apresenta?

Quem é que esconde a libido
exposta aos mal dispostos
que apostam na tusa passageira,
um pouco ligeira até.
Mas mete mete que arrefece.
Pára o coração,  
abrem-se os sentidos,
desperta a emoção
morta até então.

Então?
O que faz por aqui?
Perdido por estes lados
ou simplesmente procuras te encontrar.
Narrar do outro lado,
sem saber o que este sente 
ou tão pouco vive.

E os rapazinhos dos esgotos 
com quem tanta vez nos cruzamos, 
perdemos-nos.
Nem que seja por momento apenas.
A luta nunca é apenas mais uma.
Acompanha o sono que começa a imperar.
Dominar sem sequer pedir permissão.
Omissão.
Noção do que nunca fui mas que um dia serei.
Lutarei.

Mas neste momento rendo-me, 
pois os meus olhos não aguentam mais.

Foi bom... enquanto durou.

Thursday, November 11, 2010

Culto à morte



O escuro de um momento que me faz perdido,
revela-me o quanto do meu ser ficou lá para trás.

A luz que me trás o novo dia,
relembra-me ainda que a história ainda muito tem para dar.
Muitas voltas, tropeções e emoções estão à espera de serem descobertas.

Evade-se da razão e deixa-se o sentir nos guiar.
Navegar sem saber para onde.
O que perder?
Irrelevante.
O mesmo já não se pode dizer do viver.

Tanto para se viver,
e quanto culto é prestado ao morrer.
Todos os dias se repete o ritual.
Morrer mais um pouco.
É algo que já está de tal forma entranhado
que nem se questionam.
Mais um prego no caixão.
Mais uma pazada de terra 
para a sepultura ganhar forma.

Optam, indubitavelmente, pela morte lenta inconsciente.
Não se deixam morrer de uma vez só.
Pois não.
São cobardes...
Tal como eu o sou,
se bem que de outras formas, 
com outros modos, 
com outros feitios.
Mas não.
Morrer de uma vez seria fácil demais,
E não teria qualquer tipo de honra.
Honra essa que nunca é demais.
Tu, até a tens de menos.

Passo ante passo és a contradição em pessoa,
falta de coerência o teu dia.
Foges da morte com tudo aquilo que não tens.
Cultivas a mesma ao longo da tua vida.

Afinal, que queres tu?

Sinceramente, não percebo a cobardia.
A minha... ainda menos...

Tuesday, November 09, 2010

Ímpia sensação de vazio



Tip tip top 
and over the top.
Stop.

Replay.

Play.

Ouve.
Não vim aqui para te convencer,
mostrar a luz,
alguma coisa que te proteja de ti mesma...
Lesma.

Vento que não pára, 
vento que sopra, 
vento que leva
eleva até não poder mais,
mais de ti mesma,
menos de mim mesmo,
E foi...
não foi?

Tic, hip, zip, nip...
Esta última nem uma palavra é,
café,
pé, 
zé,
fé.

Começa o ritmo desenfreado,
que nada pára, 
de cá para lá,
vazio, 
como eu, 
ou não,
sobe e desce,
perde, 
inventa,
lamenta,
mas nunca fica pelo mesmo sítio.
Um pouco mais ao lado,
O toque, lock n' load.
Não fica.
Vai.

Como todos, 
porque começou sequer?
Eu até estava tão bem ali,
assim, 
que te vi,
lembrei-me,
do que não senti.
Parti, 
mas pelo menos... vivi.

Friday, November 05, 2010

Respeito



Suspeito 
de algo que levo ao peito
sem qualquer tipo de despeito
Respeito.

Respeito.

Cousa rara em mim,
que nem quando vim
à luz da inocência que vivi
me vi dotado de tal fim.

Respeito.

Respeito.

Tanta gente que passa por mim, 
nada me diz
nada me dizem 
em nada me tocam,
mas tocam-me sem tocar.

Respeito.

A batida do tambor 
define o ritmo a que a coisa de conduz.
Produz a contra-luz
ao som do obus
que aqui, 
neste mesmo lugar, canto, recanto... pus.

Respeito.

Peito.

Pinto.

Finto.

Respeito.

Respeito.

Desfeito fica o coração do pai, 
quando o filho não corresponde sequer com as expectativas não criadas.
Levadas numa incerteza daquilo que as acções determinam.

Terminam.

Respeito.

Feito de uma luz de luar
que pousa sobre as minhas mãos, 
encanta os teus olhos, 
faz brilhar os meus,
e numa ausência de ruídos nos....

nus.

Não quis, mas... fiz.

Diz?

Já disse.

Respeito. 

Não tenho, mas abro o meu peito. 
É só perfurar.
Já que não fazes com as mãos, 
bem sei que o fazes com os sons que saem da tua boca,
moca como a tua cabeça.
Não desvia um milímetro da tua ideia inicial, 
muito menos questiona o móbil.

Playmobile.

O cata-vento.

Relento.

Lento.

Lento.

O cão ladra...

Mas... Respeito.

Respeito... por muito que tu penses que não.

Wednesday, November 03, 2010

Muitas vezes não queremos as pessoas por aquilo que elas são
mas sim por aquilo que elas nos fazem sentir.

Desconexão fictícia...


Pede-se silêncio.
Silêncio.
Na portada jaz a imagem clara de uma passagem difusa.
É como se as palavras faltassem.
Ou então... até mesmo a vida.
Aqui no quarto escuro,
a música envolve-me nos seus braços.
Faz-me companhia.
Que seria da minha vida sem ela?
Serve o seu propósito, 
tal e qual como nós fazemos quando negamos o nosso destino.
Jamais traçado.
Vai sendo definido à medida que o tempo passa,
pelas acções feitas e as que ficam por fazer.
Sem nada temer, 
nem sequer o perder.

Existem por certo diversas vozes mudas
que jamais dirão o que sentem.
Repetem até à exaustão
"está tudo bem".
Quanta hipocrisia. 
Reagem com estranheza quando a resposta é "não".
Mas que importa isso?
Já dizem os espanhóis
"Es lo que hay".

Pertenço a um mundo que desconheço 
e questiono com toda a minha força
que tantas vezes de tão pouco me serve.
Abro a janela à procura de um pouco de ar...
Tudo por limpar...
Tudo por fazer...
Desde a cama à cozinha.
E a vida que não espera.
Desespera um pouco rapaz,
desperta.
Talvez isso te ajude um pouco.
E tu rapariga, 
para quê tanta questão
e duvidas da razão?
És bela e não acredites em quem diz o contrário.
Um autêntico pecado.

O tempo está a contar.
Não pára. 
Para muitos apenas ilusão.
E para ti?
O que é?

Monday, November 01, 2010

Viagem... Fazer...


Podes até nada mais fazer.
Bater com a porta e não mais olhar para trás.
Seguir em frente, em frente,
até que o fim do mundo chegue.
Viajar a toda a velocidade,
como se tudo em redor fosse apenas um filme,
daqueles que olhamos e nos encanta
de uma forma doce e plácida.

Segue, segue e segue
e que nada te pare,
que nada te detenha do teu rumo incerto e desconhecido.
Abraça, não porque o deves fazer,
mas... porque sim...
porque simplesmente te apetece.


Pensar faz mal, alguns dizem.
Efectivamente até muitos dessa forma vivem.
O sentir, essa praga que por vezes nos assola,
não há meio de o desligar quando mais interessa.
Curiosa ainda mais é a forma como muitos o têm de o fazer.

Mais uma pedra na calçada,
a palavra que foi dita a mais,
a palavra que ficou por dizer,
o beijo que ficou por dar,
o sorriso que se esqueceu de esboçar
e bocejo sem cativa intenção para o que me aborrece.
Dizer tu, seria tão fácil.

Viajo perdido dentro de mim mesmo,
como um naufrago à procura da corrente que o leve a porto seguro,
embebido em fait-divers,
luxurias e vanidades que nos desviam do essencial.

Sou sem dúvida o capitão da minha navegação,
mas rica barcaça esta em que me encontro,
descoordenada e sem encosto,
o ritmo, o som, a imensidão aqui presente
que os menos cegos dos viventes sequer tem a habilidade de vislumbrar
sem querer perturbar de tão perturbados que estão...
Perdidos, como eu, sem o quererem demonstrar.
Orar.
Perdoar.
Uma cara,
única,
perdida por entre a multidão,
apenas mais uma...
apenas mais uma...

Como será a minha Eulogia?
Haverá música?
Que palavras dirão?
Haverá alguém?
Apenas peço para deixarem a hipocrisia toda lá fora...
Mesmo que para tal não haja ninguém.
Sempre será melhor.

O retrato de uma vida.
Uma viagem...
Apenas mais uma...
mais uma..

Saturday, October 30, 2010

Coração


Quis te dizer as palavras que circulavam pela minha mente,
algo que a boca não permitia que as mesmas conhecessem a luz do dia.

Gotta love the man even if you don't agree with what he says.

Poderia até ser o título de um romance,
ou uma outra coisa qualquer.
Letras e palavras debitadas ao acaso.
Ainda assim por diversas vezes há quem no meio desta amalgama,
encontre um qualquer tipo de sentido.
Se bem que não ter nenhum já por si o faz um.
É um rol infinito de repetir até à exaustão, 
meramente deitar cá para fora aquilo que não se sabe.
Mas tem o sabor a qualquer coisa,
um tipo de fel,
pois mel por certo não o será.

Pedes-me a mão para me esbofetear a mim mesmo.
É só mais uma a seguir a outra.
Mais um grãozinho de areia nos olhos, 
mais uma linha que anda sempre à pesca,
à procura do que possa encontrar.

Vazio, denominador comum,
outrora desconhecido,
hoje presente,
pressente,
ausente.

Parou.

Parou.

Tunc! Tunc!
Tunc! Tunc!
Tunc! Tunc!
O coração continua a bater.
Até quando?
Até quando?

Tuesday, October 26, 2010

Quem?


Quem é quem?
Quem é que te pergunta
quem é que foi?
Quem quer saber quem?
Quem?
Como quem fizesse a diferença
sobre quem disse quem.
Quem?
Quem?
Quem quer saber?
Quem pergunta quem?
Quem diz quem?
Quem?
Tu?
Quem és tu?
Quem queres que quem seja?
Quem te permites ser
e quem pensas que és?
A quem dizes quem?
Como se o quem
alguma diferença fizesse no és...

Monday, October 25, 2010

Pequeno

 

Sinto-me pequeno
pequeno
tão pequeno como uma folha
 que cai de uma árvore
no silêncio cortado apenas pelo vento
que apara a queda
dedo que não toca
ouve o que rodeia
sem lágrima ou guia
deixando o abraço te acolher
ouve...
ouve...
e por muito que tente
já não sei escrever
descrever o que me vai na alma
alma que tenho ou procuro
sem a noção do que é ser
ou respirar o toque
a beleza da viagem
responder ao que fica
e toca
e vibra
por isso quis caminhar
por entre o olhar vazio
vida que respira e transpira
o vazio que reside na vivência alheia.
Pensas nas ilusões que se criam
e crias aquilo que não querias.
Mas não consegues controlar a tua mente.
Deixaste deturpar pela visão que criaste
e bloqueias tudo em teu redor.

Sinto-me pequeno.
Pressinto o que está para chegar
sem bem vislumbrar a sua forma.
Fecho os olhos e consigo cheirar.

Segue uma nova fase, 
uma nova frase,
uma nova página, 
um novo capítulo, 
um novo livro.
Título que ficou por escrever,
ainda por terminar.

Vago, 
espaço que fica por ocupar,
o estar aqui, ali, a sorrir, 
sem nada temer,
sem a ninguém ligar,
parar não é opção.
Quem para morre 
e há muito que não me movo.

O tempo de morrer a seu tempo virá.
Agora... é tempo de viver 
e mais tempo não tenho a perder.
Mas ainda... me sinto... pequeno.

Sunday, October 24, 2010

Eu até gostava de ti...



É por certo nas alturas mais estranhas
que temos vislumbres daquilo que a vida nos quer dizer.
Fazer para o amanhã não ficar pendente.
Treme e vive na incerteza colorida de imagens dissidentes.
O olhar que tudo disse sem uma palavra sequer soletrar.
Vive no passar da incerteza dos dias,
saltando de cá para lá e de lá para cá.
Novo marco, novo traço
fruto da certa incerteza,
inerte, inverte e perverte.
Pende de mais um traço que não se encontra em lado algum.
Apenas na tua mente divergente e pouco clara,
ofuscada pela tua própria obsessão.
E feres sem te preocupares.
Imaginaste isenta e completamente livre da reacção das tuas acções.
Permites-te autênticos atentados agindo como mais que os demais.
Cegueira alimentada pelo ódio de uma causa jamais questionada.
Nutrida pela ignorância de acções alheias,
Segues no teu caminho errático, trilhado de ódio da vida que é a tua.
Pessoa que sou eu, empecilho no teu 
onde plantas e semeias autênticos pilares de auto-destruição.
Ouve-se a quilómetros o tic-tac, tic-tac do relógio dentro de ti,
prestes a explodir com tudo o que te rodeia.
Apenas te ofereci uma mão, prontamente recusada,
em nada armada, apenas desinteressada.
Quis-te apenas feliz nos meus braços.
Agora nem isso.
O feliz mantém-se, mas, quando mais longe, melhor.
Espero que não morras.
Irei limpar por certo o lixo que fizeste, deixaste e não olhaste.
Viraste a cara à luta e simplesmente fugiste.
Não é por certo ódio o que vive em mim.
É algo que vai mais entre a incompreensão e o lamento.
Ai que merda de texto...
mas não tanta quanto a que tu demonstra ser... para mim.
Que texto este tão cru.
 Sou apenas eu, aqui... nu.