Friday, July 30, 2010

Desejo

Desejo...
Desejo-te...
Desejo-te tudo de bom.
Não como cliché mas como algo intimamente vivido,
nem sempre partilhado.
Desejo...
Desejo que nunca tenhas de passar o terror dos meus dias.
Desejo que não te tenhas de lavar na água das minhas lágrimas.
E desejo, desejo mais que tudo,
que na altura em que tu mais precisares
e eu já lá não esteja,
desejo, mas desejo, desejo mesmo que não necessites mais da minha presença.
Que eu não seja mais do que apenas uma brisa que um dia tocou a tua pele.
Que da mesma forma que olhaste e te apercebeste da sua existência,
com a mesma velocidade desapareceu,
não só do teu sentir mas igualmente da tua memória.
Desejo seguir a minha vida que se afigura num caminho solitário,
sem me preocupar com onde estão,
como estão,
o que estão a fazer todos aqueles que eu desejo.
Não quero morrer... pelo menos para já...
Desejo viver sem grande sofrer
e beber tudo o que de bom esta vida tenha para me dar.
Desejo não apenas a minha felicidade mas a de todos,
que a escuridão desapareça e não sirva para nada mais que o meu manto.
Desejo não sei bem como, nem porquê e muito menos o quê.
Solidão garantida e vozes desesperadas também.
Desejo...
Desejo-te...
Desejo-te tudo bom...
Para ti, e para mim...
Desejo.
Apenas me resta desejar...

Tuesday, July 27, 2010

Eu... Tu...

Não tenho muito para dizer.
Muito menos o que escrever.
Digo e escrevo porque a tal sou impelido.
Não controlo, obedeço.
Não resisto.
Abro alas a essa corrente que me invade
e necessita de se exprimir
derrubando todos os obstáculos que se lhe opõem.
A espera apenas faz ter mais força
que se acumula numa torrente cada vez mais indomável.
A espera faz sufocar,
roubando o ar que de direito lhe pertence,
alimenta a revolta
e lhe rouba a alma.
Pelo menos tenta, procura, revela,
com esperança na volta
que dá e refaz por entre sopros vagos
que tocam ao de leve na tua orelha,
o segredo que conta,
te puxa e repuxa num rodopio infindável sem destino.
ahhhhhhhhhhhh.
Tem calma.
Respira.
É importante.
Nunca saberás se da próxima conseguirás.
Pára toca e sente.
Foge. Pára para nunca parar.
Pára. Ouve.
Mas sem sentir não faz sentido ouvir...
Tu disseste...
Eu disse..
Tu... disseste...
Eu ouvi...
Tu calaste...
Eu agi...
Tu paraste...
Eu respondi...
Eu beijei-te...
E tu...
E tu...
Ficaste em silêncio...
Ai se o silêncio matasse...
Pelo menos por um momento teria vivido.

Thursday, July 22, 2010

hm

duas notas seguidas de outras tantas
compõem a melodia que soa
ao ritmo dos pesados pés que se arrastam
apenas para não ficarem parados
num destino perdido
por entre uma névoa transparente
rente ou mesmo sem significado
onde existem muitas possibilidades
para o 1 + 1 ser igual a uma incógnita
tal como tu o és...
o resultado de uma incerteza que se perde
por entre pilares de gigantes indiferenças.
O frio abate-se por entre dedos
que escaldam de um toque que um dia foi familiar.
Perdeu-se o rumo,
perdeu-se o destino,
Mas as letras seguem sendo escritas
por entre olhares distantes
que procuram ocultar a todo o custo
o sentimento que pensam os tornar fracos.
Já diziam que dos fracos não reza a história
Mas não terá a mesma sido construída
com o sangue e suor dos mesmos?
A crença, por vezes, pouco ou nada significa
Se nos deixamos perder por entre a vazia multidão
que nos rodeia, o mais incrédulo espírito poderia simplesmente perguntar
Como é possível se sentir só no meio de tanta gente?
É assim mesmo a vida...
No fundo, esta, não é mais do que um produto descartável.

Wednesday, July 21, 2010

Abraço

As horas difusas que insistem em marcar um ritmo compassado
não deixam de avançar relógio fora rumo ao infinito...
sem sair do mesmo lugar...
A penumbra vai-se assomando lentamente à imponente luz do sol
que bate forte lá fora e teima em não entrar janela adentro.
A roupa que outrora cobriu o corpo não mais assenta no corpo disforme,
que nada mais é do que o reflexo da alma
que se olha ao espelho e tudo o que vê é a imagem de tudo
menos... de si mesma.
Estas palavras poderiam ser perfeitamente a película de um filme a preto e branco.
Tudo está bem. Acredita em mim quando o digo.
Tudo está bem.
Não sou hipócrita quando o digo.
Sou quando o faço.
Se reparares todo o mundo roda à nossa volta, por muito que digam que não.
Que o mundo gira à volta do sol e tu não és mais do que um elemento no universo.
Curiosa visão que te abandona ao determinismo universal
e te iliba de qualquer acaso ou "Azar" que te possa surgir.
E acaba por ser até mais confortável assim,
sem haver espaço ou necessidade de questionar tudo o que jaz em teu redor.
Livra-te de pensar o contrário,
onde nada é seguro e tudo é questionável.
A começar por ti.
Sim... por ti.
Teres de olhar por e para ti,
a partir de ti
sem teres um te a quem recorrer.
Porque em última análise, meu filho ou minha filha (uma vez que desconheço o seu sexo)
estarás sempre sozinho/a.
E quando estiveres a afogar-te no meio do lago gelado
Será a tua mão estendida a pedir que te puxem
Que a multidão irá estar a admirar como se de uma obra de arte se tratasse.
Era uma cenário bonito, não era?
A realidade é que ao tal acontecer não serás peça de arte,
Não serás uma pessoas famosa lembrada por toda a eternidade,
Não serás nada,
nada mais do que um rosto que se perdeu na multidão,
que passa por ti e não te vê como mais do que um obstáculo chato
e até difícil de contornar.
Mais valia que não existisses.
E tudo o que tu querias/precisavas era um abraço.

Tuesday, July 20, 2010

A criança

Sejam bem-vindos a mais uma sessão
de pura magia e ilusão
onde as máscaras imperam
e a verdade nunca é aceite,
pois para tal não há perdão.
Neste jogo só entra quem é chamado de "humano"
Quem respira, tem dois braços e duas pernas,
Quem fala e ouve e ainda diz que sente.
Neste jogo feito presente é rara a altura em que a verdade é compensada.
Apenas a mentira é plantada.
Não apenas para .... os "outros"
para os próprios também o é certamente.
Mas não os julgais,
não atireis a primeira pedra,
pois eles são inocentes e não o sabem.
Sabem por certo até de muito,
mas não do que importa.
Perante tais factos, meus senhores e minhas senhoras,
factíveis de serem projectados a um plano superior,
tal não é executado sob ameaça da pena capital.

A criança, contínua ali no canto, a chorar.
Tu vês e simplesmente ignoras.
Não fazes por mal, é certo.
Simplesmente é o que és.

Sunday, July 18, 2010

homem que chora

Homem que chora não é menos masculino.
Simplesmente é alguém mais humano.

Saturday, July 17, 2010

Uma coisa

Sabes o que me distingue de ti?
Sabes porque é que as coisas,
Nem sempre são como queremos?
Ou então, reduz-se o ritmo,
Deixa-se tilintar a vibração
Que ruma com uma batida de coração
Molhada pela chuva que cai.
Andas pela rua da amargura como dizem
E a chuva não a sentes
Toca-te, envolve-te, abraça-te,
Mas tu segues o teu caminho
Perdido, sem bem saberes onde ou de quem.
Aquelas ruas, aquelas pessoas,
Ou meramente os canais com os barcos
Que esperam ali imóveis
a sua vez para poder cortar
as águas escuras,
num sítio não mais claro.
Tudo neste mundo tem o seu momento,
o seu tempo.
Mas sem dúvida que é a espera que sufoca.
Curioso como a vontade de chorar se acerca,
Te toca, te diz o que sente
E tu... uma pedra.
Mas até as pedras reagem...
E também tu assim o farás...

Foste



As coisas que dizes... não oiço
As coisas que fazes... não vejo
As coisas que vives... não sinto
Simplesmente não estou lá.

A razão pouco importa para a questão,
Se é que tem que existir alguma dúvida sequer.
A situação é periclitante,
e como tal exige a máxima atenção.

Será que ainda respira?

O ar há muito que é rarefeito
e se procura desesperadamente por uma brecha que o permita fazer entrar.
Entrar quando não bem se sabe o que se quer.
É assim que nos sentimos tanta vez na vida.
Perdidos,
sem rumo,
sem saber o que fazer.
Quando assim é não resta mais do que...
... deixar a coisa fluir
seguir o seu rumo natural.

Tão cliché...
Mas o certo é que as coisas têm o seu ritmo
bem como vontade própria.
Por muito que tentemos, não conseguimos controlar.
E essa mania de controlar...
Essa mania que temos que tudo seja feito de acordo com a nossa vontade.
Realidade por vezes ditada pela nossa mente que nos mente.
Ilusão feita vida, não respira mas disfarça,
dissimulada, impávida e não serena.

O jogo de ping-pong mental...
piada para lá,
boquinha para cá,
ironia para lá,
resposta insossa para cá,
sarcasmo para lá,
facada para cá,
cuspidela na cara para lá,
ponto ganho para cá.

A partida não foi de toda vã,
mostrou o caminho do corte
e trouxe o sorriso de volta.
Nem sempre é necessária a morte marcar o seu lugar.

Em tom meio brejeiro poderia até dizer
foste de vela.
Mas simplesmente prefiro te ver
como um retrato a preto e branco que já nada me diz.

Bem quis que as coisas não fossem assim
e são tão poucas as vezes em que obtemos aquilo que queremos.
Este foi apenas mais um caso...
e tu simplesmente viraste memória...

Foste!


Thursday, July 15, 2010

meio

A música irrompe pelo meu dia
Tal como o líquido tingindo de um incógnito sentimento percorre a minha cara
precipitando-se em velocidade melancólica verso o chão
E aí fizesse renascer o morto que reside em mim.
Ele, o morto, procura por todos os meios impedir-me de viver.
Viver algo,
não sei bem o quê e tão pouco como.
Sei sim que este dia sucede apenas o anterior,
marcado pela diferença de ser um novo.
Mas no fundo, igual, pintado pela ausência do ser que um dia eu vi nascer...
...dentro de mim.
Por momentos esse aglomerado de matéria orgânica
inerte ou mais pintada de um ligeiro tom de pseudo
a quem esses recipientes vazios de alma vulgam como corpo
foi campo fértil e bem estrumado
para o crescimento de um corpo
devidamente regado, cultivado, acarinhado
e como não poderia deixar de ser devidamente espezinhado.
hoje... o dilema...
como se fosse apenas de hoje...
é verdade...
tendência crónica para a ilusão vivida como se fosse real.
Confronto de titãs entre um morto e um vivo
que vivem dentro de mim.
Nada faz desaparecer o manto que desceu
por muitas razões, lógicas e causas de ser que se encontrem
o facto é que a verdade permanece lá em cima,
altiva e tão inteira de si mesma
mas ainda mais importante que tudo isso
permanece... imutável...
E as forças que restam
deixam espaço apenas para a resignação,
de um meio que nunca serviu para um fim.

Wednesday, July 14, 2010

Vai

Quero passar por este inferno como se nada fosse.
Viver o momento,
passar incólume por entre as labaredas
que fazem questão de minar o caminho trilhado
por entre as cores que se pintam
de um som nada derivado das trevas que iluminam,
as sobras de um nada que sufoca
ao som mórbido de vozes que tocam o luar.

Pena...
Indubitavelmente remediada
de sons que não tocam
perdidos das vozes
perdidos no dia
onde as horas não contam para nada
daquilo que aparentou.

Respira... Tu és capaz...
Foi apenas mais um passo
no ritmo que bate, bate e bate sem parar.

Vou parar.

Fechar os olhos como se nada fosse
pois o sol já lá está fora à espera
de tocar na pele
pálida e vazia de ideias e ideais...

Pelo andar da coisa...
Amanhã será um novo dia...
Um novo dia envolto de mistério.
Não sei o que aguarda lá fora.
Mas também não quero saber...
Pára e respira.
Pára e respira.

O fim dá lugar a um novo inicio.
Tu.... Respiras?
Tu...
Respiras?

É a tua vez.
Vai.

Monday, July 12, 2010

texto em duas partes

É engraçado o efeito de produzir textos em debandada.
Como que parece que nenhuma palavra é demais.
É certo que a música também pode regar o ritmo com que as mesmas saem.
É quase como respirar.
Queres parar, mas... Não dá.
Queres impedi-las de se escaparem de modo a que certos olhos não lhes ponham a vista em cima.
Mas elas tem vida própria... E fogem...
Não adianta lutar contra algo que a partida esta perdido.
Mesmo para os apreciadores de causas ou missões impossíveis.
O melhor mesmo em certas situações
é procurar ideais pelos quais se possa perder a vida e tal possa fazer sentido,
Vivido de forma plena
onde os ruídos do metro virem silencio.
Caminho sem parar até que chego ao destino.
A ânsia, talvez o medo mesmo instala-se.
Hesito, mas dou a mesma o passo em frente.
A partir deste ponto não há volta atrás.
Estou na boca do lobo.
Imperial na mão que vai devidamente alternando com a escrita.
O som desta vez taciturno como bem se quer.
É neste temp(l)o de gente qualquer onde muitos, como eu, ao dançar expurgam os seus fantasmas.
Eu, o mais certo é estar agarrado ao telemóvel pela mais pura das cobardias.
Pânico de levantar os olhos e vê-la ali...
Feliz ou não.
Qualquer das formas é igualmente tenebrosa.
E eu? Que faço?
Tento-me esconder na multidão de meia dúzia de pessoas....
Vestido de verde num fundo de preto.
Em boa linguagem cibernética.... Lol...
Ridículo...
Simplesmente rídiculo...
Tal como eu o sou...

Thursday, July 08, 2010

me...

Os meus lábios sorriem...
Os meus olhos choram...

As tuas palavras lancinam...










...me...

Vazio...

Até ao dia em que o destino queira que os nossos caminhos se voltem a cruzar.

Nesse dia ter-me-ás de braços abertos... para ti...

Tal como tu me os fechaste no dia em que partiste.

Wednesday, July 07, 2010

escrevo

Por vezes sinto necessidade de escrever.
Não por qualquer razão especifica.
Simplesmente apetece-me escrever.

Não me importa se o que escrevo faz sentido
diz alguma coisa,
uma mensagem profunda,
algum tipo de vanidade ou mera loucura.
Simplesmente apetece-me escrever.

Não que eu chore, cante ou ria com o que escrevo.
Procure viver ou algo com as minhas palavras dizer.
Rimar, procurar, rumar, remar em destino incerto.
Pouco importa.
Simplesmente, apetece-me escrever.

A forma também acaba por ser irrelevante.
A poética, a métrica e o ritmo em igual escala.
Não olho a formas
não olho a meios.
Singelamente pego nas minhas mãos e desato a escrever
o que o corpo, a alma, a mente,
sei lá eu bem o quê querem dizer.
Escrevo, simplesmente...

Não importa se gostam ou não,
Se lêem ou não,
se sentem ou não,
se vivem ou não,
se ignoram ou não
se é bom ou não,
se se identificam com o que é escrito ou não,
se bebem o que é escrito ou não,
se sentem nojo ou não
indiferença ou não...
O objectivo não é de todo esse,
porque, escrevo simplesmente.

Escrevo como se tal necessitasse para viver
Sem a grandes perguntas querer responder
ou talvez queira e não o reconheça
por entre dúvidas e ideias que me assolam
rumo, remo, sigo em direcção a um destino incerto...
... tal e qual quando escrevo.

O objectivo é...
sejamos realistas.
Não há objectivo nenhum.
É o escrever, como outra coisa qualquer.
Nem exige sequer grande saber.
Qualquer ser literato o pode fazer.
Basta para tal escrever.

Também não é que se sinta a necessidade de usurpar da palavra.
Há quem diga que a palavra tem muito poder.
Há quem diga igualmente que palavras leva-as o vento.
Enfim, há quem diga de tudo e nada saiba.
Nem sequer se atrevem a escrever,
simplesmente dizer sem o saber.

Mas, meus caros, e em jeito bíblico,
Em verdade vos digo,
Nunca sei o que vai sair daqui quando escrevo,
mas na realidade tenho de o fazer
e não tenho nenhuma razão mi ni ma men te válida para tal.
Dá-me gozo jogar com as palavras
e perverter o seu sentido,
as ideias que as mesmas transmitem,
baralhando tudo e deixando tudo na mesma,
para caso de olharem ou de alguma forma ouvirem o que escrevo
poderem ter o privilégio ou mesmo desgosto que tanto gosto me dá
e pensarem.... What a fuck???

Pois afinal,
simplesmente escrevo,
sem apelo, nem agravo...

Sunday, July 04, 2010

Parado

Faz quase duas semanas que não te vejo
faz quase duas semanas que disseste basta
e em quase duas semanas voltei ao monte de ruínas
que outrora reergui mantendo o eterno ciclo...

destrói
constrói
destrói
constrói

Hoje queimei-me...
Menos mal.
Foi apenas o dedo desta vez...

Dou por mim perdido entre pensamentos incongruentes.
Hoje dei um passo, outro e outro
e no mesmo sítio fiquei.

O ritmo da música invade o meu corpo,
como ondas que se propagam verso ao infinito.
Faz-me oscilar entre a pura coragem
E a lamentável cobardia.

É verdade que se passa muito tempo sem se dizer o que pensamos,
o que sentimos a quem devemos verdadeiramente dizer.

São palavras... palavras apenas empurradas boca fora,
mas que ficam penduradas por entre os dentes.

E andamos assim...
Ou pensamos que andamos.
Quando olhamos
estamos simplesmente.... parados.

Saturday, July 03, 2010

batidas ritmadas bizarras

O meu coração parou.
o pum pum... pum pum.... pum pum não mais se faz sentir.



Flat

Lined



um piiiii contínuo...

E eu... sorrio.

Poderia até apenas ser mais um acaso.
E de facto assim o é,
onde a correlação entre factos que de alguma forma se tocam
não é mais do que composta de uma ténue existência
Que ilude com a presença de uma ligação
que existe A PE NAS na mente de quem a cria.

Queria é um facto mas já não quero.

Outrora certeza,
hoje não mais,
não mais sei o que quero.
Completamente diferente do dia anterior ao de hoje.
A diferença? Nenhuma mesmo.

Mas... pelo menos hoje sorrio um sorriso parvo,
talvez apenas iludindo a minha própria pessoa
que simplesmente tinha vontade de dançar
sem mais parar de rodar, rodar, rodar e cantar
até à minha voz me doer.
Até a mesma dizer tudo aquilo que quero dizer e não sei.

Continuo a fugir de mim mesmo,
como medo que me possa apanhar,
Apanhar a minha própria pessoa.

Ai se eu me apanhasse.
Nem sei o que me faria...

O mais provável seria agarrar nas minha próprias mãos
E esbofetear-me tanto quanto eu conseguisse.

Tanto que eu quiz/quero/quererei viver
para poder dizer a todo o mundo
pelo menos um dia...
pelo menos um dia...
o quanto eu me falto a mim próprio
e as saudades que eu tenho.... de mim.

E porque não... também... de ti.

Leste?

Eu repito...

De ti...

Tu que lês... pensas que és tu?

Não poderias estar mais enganado/a.

Desengana-te, pois é a ti mesmo que te quero enganar
e iludir com todo o mundo imaginário,
com comboios, cerejas e chocolate e tudo de bom.

São os teus lábios, os frios pedaços de carne que beijo.

Olá espelho.