Friday, July 30, 2010

Desejo

Desejo...
Desejo-te...
Desejo-te tudo de bom.
Não como cliché mas como algo intimamente vivido,
nem sempre partilhado.
Desejo...
Desejo que nunca tenhas de passar o terror dos meus dias.
Desejo que não te tenhas de lavar na água das minhas lágrimas.
E desejo, desejo mais que tudo,
que na altura em que tu mais precisares
e eu já lá não esteja,
desejo, mas desejo, desejo mesmo que não necessites mais da minha presença.
Que eu não seja mais do que apenas uma brisa que um dia tocou a tua pele.
Que da mesma forma que olhaste e te apercebeste da sua existência,
com a mesma velocidade desapareceu,
não só do teu sentir mas igualmente da tua memória.
Desejo seguir a minha vida que se afigura num caminho solitário,
sem me preocupar com onde estão,
como estão,
o que estão a fazer todos aqueles que eu desejo.
Não quero morrer... pelo menos para já...
Desejo viver sem grande sofrer
e beber tudo o que de bom esta vida tenha para me dar.
Desejo não apenas a minha felicidade mas a de todos,
que a escuridão desapareça e não sirva para nada mais que o meu manto.
Desejo não sei bem como, nem porquê e muito menos o quê.
Solidão garantida e vozes desesperadas também.
Desejo...
Desejo-te...
Desejo-te tudo bom...
Para ti, e para mim...
Desejo.
Apenas me resta desejar...

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