Tuesday, August 03, 2010

A questão que se coloca

A questão que se coloca
em nada tem a ver com a mão
que toca
e não responde.

A questão que se coloca,
vive por entre a porta entreaberta
que te aperta
por não saber viver.
Mas pode-te sempre responder
sem nunca te o dizer
o que quer fazer... perder.

A questão que se coloca,
vai bem além da visão,
vai bem para lá do alcance dos canhões
que se voltam para dentro
em ritmo de pânico desenfreado
numa coxa que não consegue fugir,
gela,
salta da tela
mas é bela,
tu dizes.

A questão que se coloca é pertinente.
Nem sempre se torna vivente,
no entanto é por vezes premente.
Por vezes é a consideração correcta.

A questão que se coloca,
meus caros e minhas caras,
pode até chocar o menos sensível dos bons vivants
que habitam por entre nós.
É crú e visível a olho nú.
Se assusta ou não,
tão pouco é relevante.
O importante é que está lá.

A questão que se coloca,
é cheia de incertezas,
baseadas em certezas que há muito se perderam
e reinam por aí em destinos incertos,
à procura da sua origem
e real vocação
em jeito de oração,
como de um trovão se tratasse.

É sem dúvida uma boa questão,
aquela que se vislumbra com o nascer do sol
e não cessa com o por do mesmo.

Mas afinal,
qual é a questão?


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