Saturday, October 25, 2008

Ritmo

O ritmo da vida acaba por ser tantas vezes aleatório
Rumando sem qualquer tipo de sentido
Colorido de formas que nada dizem
Mas que marcam um destino atribuído
Por forças que passam invisíveis por entre nós
Eu toco-te mas tu não o sentes.
Não o vês
Ou pelo menos assim o fazes crer.
Mas porquê crer?
Porquê perguntar sequer?
Viver com a incerteza do amanhã
O não saber o que é o correcto,
Ou.. pior... ver e não o fazer.
E se o momento passa?
E se a oportunidade se perde?
Ou o guardar, acumular até ao ponto em que explode...
Não existe ... o ... correcto...
Existe a escolha entre diferentes caminhos
Que te levam ao reencontro
Ou à noção daquilo que uma pessoa crê ser
Crê ter encontrado
E não serve, não cabe no puzzle.
A vontade de o queimar é incrível
É tão bom ser-se feliz... dizem...
E valerá a ilusão?
All that we were
All that we are
Remains in the void
To be seen by the untouched souls
That wander looking for the next fix
The next scandal.
The color of her eyes remains to be told
Because the secret is too thick, dark and scary.
Hold that train of thought
Move closer to your awaited destiny…
Gloomy
Painted with white shadows
Unsecure and alone,
Moving step by step
Running errand on a lost track.
The forest awaits you.
Please… do enter…
Please do remember my name when I leave,
Maybe for good,
Maybe just for a while,
Still, the destiny,
Only the gods know…

Uma coisa

Sabes o que me distingue de ti?
Sabes porque é que as coisas,
Nem sempre são como queremos?
Ou então, reduz-se o ritmo,
Deixa-se tilintar a vibração
Que ruma com uma batida de coração
Molhada pela chuva que cai.
Andas pela rua da amargura como dizem
E a chuva não a sentes
Toca-te, envolve-te, abraça-te,
Mas tu segues o teu caminho
Perdido, sem bem saberes onde ou de quem.
Aquelas ruas, aquelas pessoas,
Ou meramente os canais com os barcos
Que esperam ali imóveis
a sua vez para poder cortar
as águas escuras,
num sítio não mais claro.
Tudo neste mundo tem o seu momento,
o seu tempo.
Mas sem dúvida que é a espera que sufoca.
Curioso como a vontade de chorar se acerca,
Te toca, te diz o que sente
E tu... uma pedra.
Mas até as pedras reagem...
E também tu o farás...

Hm...

duas notas seguidas de outras tantas
compõem a melodia que soa
ao ritmo dos pesados pés que se arrastam
apenas para não ficarem parados
num destino perdido
por entre uma névoa transparente
rente ou mesmo sem significado
onde existem muitas possibilidades
para o 1 + 1 ser igual a uma incógnita
tal como tu o és...
o resultado de uma incerteza que se perde
por entre pilares de gigantes indiferenças.
O frio abate-se por entre dedos
que escaldam de um toque que um dia foi familiar.
Perdeu-se o rumo,
perdeu-se o destino,
Mas as letras seguem sendo escritas
por entre olhares distantes
que procuram ocultar a todo o custo
o sentimento que pensam os tornar fracos.
Já diziam que dos fracos não reza a história
Mas não terá a mesma sido construída
com o sangue e suor dos mesmos?
A crença, por vezes, pouco ou nada significa
Se nos deixamos perder por entre a vazia multidão
que nos rodeia
E o mais incrédulo espírito poderia simplesmente perguntar
Como é possível se sentir só no meio de tanta gente?
É assim mesmo a vida...
No fundo, esta, não é mais do que um produto descartável.

Sunday, October 19, 2008

Sentidos

Poderia ser algo limpo
algo a que os ímpios não tivessem acesso
algo que nem eu nem tu podemos sonhar
algo que com mais ou menos palavra
descreve o que um dia pintou a noite
.
A respiração por vezes pesa
sufoca a voz que quer gritar
dizer aquilo que não sente
e tocar aquilo que não ouve
.
Mas quando tudo faz sentido
não é mais do que um momento
vago, vazio cheio de um odor
que te indica o caminho
.
Não te apercebes
que um dia foste um homem
uma criança que não sabia brincar
e o sorriso era-te proíbido
.
Sabes?
Vi-te e sorri
Tu seguiste
Eu parei
.
Simplesmente parei de tentar
porque atrás de um som
existe sempre um ritmo
que te empurra
que tu não seguras
.
pelo menos um dia sorriste
E porquê?
Porque me deixo levar
por estes sons que me abraçam
num ritmo estonteante
que bate bate sem parar
.
Eu pelo menos um dia tentei
Ou assim procuro me convencer
Nem sempre a verdade jaz a nosso lado
no fundo, muitas vezes
apenas a mentira serve para a capa do livro.
.
.
E eu que um dia sorri
Hoje... não sei mais.
.
.
live improviso at #palavras 19/10/2008 5:17

Sunday, October 12, 2008

Hoje fui agredido...

Pois é...
hoje fui agredido...
algo surreal mesmo.
Fui pôr a Marta a casa
E como muitas vezes acontece ficamos ali um pouco na palheta.
Aproxima-se um indivíduo do carro
que assim do nada pergunta
"o que é que estás aqui a fazer?"
ao que respondo
"estás a falar comigo?"
ele volta a repetir
"o que é que estás aqui a fazer?"
e eu respondo
"estou aqui a falar com ela???"
E levo um sopapo e sou avisado.
"Tens 3 segundos para sair daqui"
Arranco com o carro em direcção à GNR.
GNR não pode ajudar pois não está na área de jurisdição deles.
Chamam a PSP, PSP chega e seguimos para o local da agressão,
à porta de casa da Marta.
Claro está... o agressor não está lá.
Quando a PSP está quase para se ir embora,
chega o individuo ... embriagado,
pedem-lhe a identificação...
pedem a minha e o individuo mantem-se em liberdade...
pois embora eu e a Marta estivessemos lá
a polícia não presenciou nada.
Enfim...