Wednesday, April 25, 2007

Hoje é dia 25 de Abril....

E nunca em 31 anos da minha vida esta data teve tanto significado.

Afonso Henriques deu início àquilo que hoje chamamos de Portugal.
D. Dinis deu-nos o português escrito.
D. João II deu-nos metade do mundo.
25 de Abril deu-nos a liberdade de expressão.
E parece-me mais do que justo, nesta data, fazer uma homenagem
a alguém que foi a voz do sentimento português em 74.

Maio, Maduro Maio

Maio maduro Maio, quem te pintou?
Quem te quebrou o encanto, nunca te amou.
Raiava o sol já no Sul.
E uma falua vinha lá de Istambul.

Sempre depois da sesta chamando as flores.
Era o dia da festa Maio de amores.
Era o dia de cantar.
E uma falua andava ao longe a varar.

Maio com meu amigo quem dera já.
Sempre no mês do trigo se cantará.
Qu’importa a fúria do mar.
Que a voz não te esmoreça vamos lutar.

Numa rua comprida El-rei pastor.
Vende o soro da vida que mata a dor.
Anda ver, Maio nasceu.
Que a voz não te esmoreça a turba rompeu.

Por:Zeca Afonso

Friday, April 13, 2007

É fácil

E muito se pode dizer sobre um tema escolhido ao acaso.
Basta acreditar naquilo que se escreve
O modo de descrever uma ausência
de algo presente traduzido em som
som que parece vazio, mas faz-se presente.
De tudo o que poderia dizer,
nada, mas nada sai sem que tenha o aval do ego censor
censura por se escrever algo que não se quer ler.
Uma vez escrito não há volta a dar
Acaba por ter um valor que a palavra não tem.
As acções, essas, por vezes passam despercebidas
E acabam por ser incrivelmente efémeras.

Tu estás ai... eu aqui.
Toco-te sem saber porquê, porque me aproximo
e no entanto imóvel, traído pela minha própria expressão facial
sem saber o que dizer, o que fazer.
Ai, o remoinho... o remoinho, o remoinho
que se faz presente e faz andar à roda, à roda, à roda,
E eu, ainda aqui sentado já com as nádegas a darem de si.
Mais uma vez está na hora.
Hora de ir para a cama.
Ridículo um relógio tic-tac que por acaso até é digital
controlar de tal modo as nossas vidas.
Não tenho nada importante para te dizer.
Mas também, qual a novidade?

Wednesday, April 11, 2007

Por vezes dá-me destas...

Começo a ouvir uma determinada música
E dá-me simplesmente vontade de escrever indiscriminadamente
Sem olhar para a forma, as letras
ou mesmo a essência do que escrevo.

Por vezes pensar cansa demais
E limita a própria essência da escrita
Que fala por nós sem pedir qualquer tipo de consentimento.
Respira o seu próprio ar
Tem a sua própria vida.

Por vezes limitada e atrofiada.
Outra vezes simplesmente exposta
Com o peito aberto às facas que se aprontam
para esvoaçar rumo à destruição
daquilo que um dia viria a ser uma obra prima,
que como o soquéte da Voxx dizia
para não confundir com a prima do mestre de obras

É assim a arte, corriqueiramente vulgarizada como desarte.
Não que o conceito ou visão falhe por muito.
É preciso dar espaço para a criança respirar
Fazendo o que tem a fazer por muito que lhe digam
"É errado"

Erra então para ai à vontade.
É com os erros que melhor aprendes a viver o mundo
Como apenas os teus olhos pintam
tingidos pelos sentimentos de quem não quer sofrer.

Para uns uma dor,
para outros uma lição,
comunhão com um deus que nunca conheceram
ou tocaram
como eu te toco a ti que não lês as minhas palavras.

Melhor assim,
não se gastam
e guardo-as apenas para mim.

Egoísta? Talvez...
Afinal dias não são dias,
premissa que muitos usam e abusam
ao qual eu não sou excepção
prometendo e comprometendo-se com acções que jamais irão cumprir.

E por vezes a surpresa acontece...
Contra todas as expectativas
eis que surge do nada,
como um ar que lhe dá... a ... inspiração.

Como é fácil se iludir os tolos
com papas e bolos.

Basta ter passado pelo...
ia dizer suplício, mas não se aplica aqui...
Que palavra usar então?

Já sei.. fazendo uso da teoria do meio copo cheio ou vazio,
gastando ou ganhando tempo a ler estas linhas.

A minha pergunta, a ti, estranho... ou estranha....
Porque lês estas linhas?
Que procuras encontrar nelas?
Não compreendes que elas são vazias e não falam de nada?

É tão fácil misturar arte... ou pseudo... com ataque pessoal.
A indiferença ou anestesia dos sentidos dá neste tipo de coisas.

Palavras leva-as o vento
Escritos... talvez apenas o tempo.

Xô, este texto já acabou.
Podes ir embora e escrever os teus textos que não falam de outra coisa que não... AmorE.
Dizer que gostas de escritores que nem compreendes o que dizem
o que escrevem.
Parece bem...
Muito menos percebes o sentimento e dizes-te sensível.

Pois é. Descambou isto.
Talvez fosse esse o objectivo de inicio, quem sabe...

Eu sou dos que acredita que tudo acontece por uma razão.
Nem sempre percebo porquê.
Houve um tempo em que nem sempre as coisas eram assim.
Esses tempos estão lá atrás... que nem
fotografias a preto e branco,
paradas, estáticas e sem cor.
São apenas uma imagem.
E mesmo que oiças um piano melancólico a tocar,
está tudo na tua mente.
É apenas uma imagem.

Tens por certo uma visão diferente das coisas.
Não te censuro.
É o teu caminho e eu tenho o meu.
Até poderias partilhar o mesmo...
Para isso é preciso pelo menos dois.

Eu... paro, encosto-me e relaxo-me.
Simplesmente observo.
Até sou capaz de colocar a palavra lágrima aqui pelo meio
mas, nada como uma adaptação referido que
poderia estar piurso com tudo,
mas é difícil me manter assim quando há tanta beleza neste mundo
e não consigo sentir outra coisa que gratidão
por todos os segundos da minha
pequena estúpida vida.

Não tentes perceber.
Um dia, sem dares por ela, irás entender.
No fundo o fim não é mais do que um mero início.