Monday, March 11, 2013

Pedra no sofá

Photo by: enellphotography.
 
 
À medida que me afundo no sofá
que me abraça na ignorância dos traços
pintados à volta desse vulto que me rodeia
sem que eu veja as suas formas.

Finalmente... encontro o que há muito procuro.
Para ouvir, ouvir e ouvir em repeat, 
até que os ouvidos se cansem 
pois a mente a tal não se atreve
desconhecendo o que o amanhã trás 
em forma de surpresa que já na eminência
de fazer desaparecer a sombra 
presente de forma ausente
sem que o doente 
seja capaz de libertar a sua mente
e sente
esse ente
que não entende.
 
As lágrimas que caiem em seu rosto
sobem ao ritmo da prática da repetida tortura
sem razão de ser.
Haver um passo que cai no erro 
de não existir na forma que era suposta ser.
 
São fantasmas escritos nas folhas 
de uma ilustre estória
ainda mal contada que não deixa 
pedra alguma sem que lhe seja dada volta. 
 
Revolta daquilo que poderia ter sido 
e nunca foi por ficar sempre a meio
do seu caminho 
mal delineado por falta de lápis talvez...
 
Bela tendência essa de sentir pena de mim mesmo
sem que haja razão aparente
ignorando a razão para tudo
quando a base não deixa de ser nada mais do que a inacção.
 
Inepta mente!
Essa forma de escrever.