Monday, January 14, 2008

Um dia assim...

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Poderia até ser um texto agradável
cheio de erros
como é o meu timbre
poderia ser milhentas coisas sem sentido algum
ou apenas um retrato vazio
desprovido de cores
que normalmente pintam os nossos dias
poderia ser até o caralho mais velho
mas não importa
o momento foi quebrado em pedaços
até poderias pegar neles
e tentar colá-los com cola
e... construir algo
singelo e delicado
é apenas mais um dia
um dia cinzento é certo
onde o cansaço e o sono dançam
ao som do vazio vento que nada trás
frio....
como tu, como eu, como quem não importa
quem não quer
ou mesmo ignora o que é SER
ser num momento
para no seguinte se apagar
anular-se para um futuro melhor
sim, esse monte de esterco um dia até pode ser útil
é vazio, não é?
uns até podem dizer que cheira mal
ou nem sequer tem algum tipo de ciência
ao fim ao cabo, nem sequer me pagar
e no entanto não páro
com as barbaridades que me atormentam
sem saber o que digo
o que falo.... escrevo
escrevo sem sentido
escrevo sem querer
talvez apenas para não morrer
de tédio, melancolia, alegria que me sufoca
e faz querer viver cada momento
como se fosse o primeiro de muitos que lho antecedem
é belo, não é?
não te dou tal prazer....
vá... vá....
segue lá com a tua vidinha insignificante
eu... ainda tenho de me lembrar como respirar....
mas isso um dia... um dia vai acabar.
Um fim? Um meio? um início?
Talvez apenas mais uma passagem
onde o tudo e nada confluem para um carrossel
que defronta uma turba colorida de branco e marfim
era só mesmo para rimar com fim
mas se acabar assim não acaba bem...
os finais tem que ser abertos
deixar um tom de esperança....
.... ou não.
Podem ser apenas finais
dois pontos, entre um espaço
cala-te por um momento e aprende a ouvir
aprende a ouvir
ouve com as tuas mãos
afinal... porque olhas para mim se eu te menti
menti porque não sabia o que dizer
e o silêncio é tão incómodo
sinto-me sozinho...
... como se tivesses algo a ver com isso.
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live improviso at #palavras 14/01/2008
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