Monday, December 31, 2007

Existir

Fazia algum tempo em que não abria um notepad
E me punha a escrever.
Mesmo que não faça sentido,
Não há problema.
São palavras que simplesmente reflectem
Bem ou mal aquilo que sinto naquele momento.
A paz de uma música,
Um gesto, um carinho,
O simbolismo de algo que não existe,
por entre um rasgo de vento
que percorre as frestas
que a distância das pessoas permite.
É algo etéreo,
vazio de significado e que tanto,
ao mesmo tempo,
tão pouco transmite.
É uma questão de perspectiva.
Tudo não é mais do que uma definição,
em que os iluminados humanos chegaram à conclusão
que era a melhor opção dar um nome
no lugar de meter qualquer outra coisa.
Tem alguma lógica,
usar uma plataforma comum
daquilo que são conceitos tão comuns
e ideias tão diametralmente opostas podem trazer.
Bem sei que aquilo que aqui escrevo,
nenhuma diferença faz ao mundo.
Aliás... faz... gasto energia electrica,
pele dos dedos a teclar,
desgasto o teclado com a pressão dos meus dedos.
Neste momento oiço mão morta,
Mas não é de todo inspirador.
Quer dizer, até é, mas não para este rol de pensamento.
ah, Ben, Ben, Ben....
é um prazer a tua existência e o quando a tua música me toca,
faz sonhar e escrever coisas variadas e sem qualidade.
Não pela inspiração que trazes até mim,
Mais pelo canal mesmo.
Por exemplo, este é um claro exemplo de bloqueio,
em que à falta de algo melhor para escrever,
limito-me a escrever o que faço no momento... ou não.
Muito Andy Warholesco.
As coisas também muitas vezes mudam sem nós nos apercebermo-nos.
E as fronteiras que separam o óbvio do velado
pouco ou nada se distinguém à luz do sol que não brilha
escondido atrás da transparente lua
que tudo permite sem nenhuma razão de vedar o acesso
aquilo que não é
porque não crê
não vê e como tal não sente...
Sente... que as coisas nem sempre são como nós queremos,
rezamos ou ansiamos.
E ficam os espaços, que não, não se têm que preencher,
porque nem todos os espaço é suposto estarem cheios...
Cheios de erros como eu dou a escrever desta forma compulsiva
Em que mesmo doendo-me os dedos deste duro teclado
consigo para de teclar.
Porquê? Porque tenho necessidade de encher isto com grande nadas,
ilusões de uma existência sofrível que por vezes teima
em querer nos pregar à cadeira que nos dá apoio ao nosso cú.
Sim, leste bem... escrevi cú... uuuuuu, que eclético é escrever cú.
És capaz de o dizer com todas as suas letras,
C U acento. Ou assento?
Depende da perspectiva,
mais uma vez questão de perspectiva...
Pois no fim, não existe nem certo nem errado.
Existe simplesmente o Existir...
.... quando sequer existe!

Saturday, December 15, 2007

Frustração

Frustrado não é aquele que não realiza

Frustrado é aquele que nem sequer tenta...

Saturday, November 17, 2007

Vida

A vida dá-te sempre razões para te sentires na merda....

... ou então....


... Simplesmente te dá meios para que tu aprendas a não te sentir em tal estado...

Friday, November 16, 2007

Pensar....

Por vezes existem coisas que nos fazem pensar...
Incrível... fazer pensar...
Quem diria que temos essa capacidade...
pensar...
pensar até rima com sonhar,
mas frequentemente a relação entre uma e outra é nula.
nula...
A nulidade frequentemente é um sentimento presente.
Ausente... talvez apenas algumas vezes mesmo o estado de espírito
Escrever, escrever, escrever o que apetecer,
Sem olhar a forma sabor ou sentimento.
Tudo de repente... como que de sacão.
Ai, os erros, o português escrito...
E eu que não ligava nada a isso...
É engraçado,
por vezes perde-se toda a credibilidade por uma palavra mal colocada.
Não será igualmente válido para os sentimentos?
O tempo está ali,
e bate ritmado,
tic tac tic.... tac.
às vezes até faz bem parar,
excepto quando faz muito tempo que estamos parados.
Olhar para o luar...
imaginar como será lá do outro lado...
Torna-se até engraçado
quando caminhamos pé ante pé
num gingar matreiro
como se de uma criança se tratasse
a olhar em seu redor a preparar a partida que vai pregar
E prossegue, meio confiante, meio desconfiada
conduzida pela a incerteza se será apanhada ou não.
O fim desta história pouco importa.
As pessoas insistentemente procuram por um fim para todas as coisas
Mas terá mesmo de ser assim?
Não será isso mais do que uma comodidade mental?
Ouve... Ouve-me... Não penses no que te consome.
Levanta-te e caminha,
Simplesmente caminha.
Esse mesmo trajecto irá te dar oportunidade para a redenção.

Nem sempre as coisas são como nós as pensamos
raramente o são
porque se pensa então?
porque nos rodeiam de energias cujo significado,
cujo sentido desconhecemos?

Ai, o grande plano de todas as coisas,
seres vivos ou não e outros que andam pelo meio.
Vá lá... mais um passo dados
em direcção à incerteza certa.

Saturday, September 15, 2007

um improviso de duas horas

TwinPeaks - Tudo caminhava em direcção a algo que não se sentia
Narag - silenciosos passos no chão de mármore despido
TwinPeaks - o vento cobria as costas como de um manto se tratasse
Narag - e os cabelos soltos, dedilhados
TwinPeaks - perdem-se no pensamento de uma vaga de solidão
Narag - as sombras revezavam o fulgor ígneo
TwinPeaks - olhaste, viste e perguntaste
Narag - com uma doce certeza espelhada nos olhos
TwinPeaks - és feliz?
Narag - Ainda não.
TwinPeaks - com a minha mão quente e gretada afago-te o cabelo
Narag - as ruínas dissolvem-se em cinza
TwinPeaks - quando naquela altura tudo era tão simples
Narag - os sonhos, as mágoas, a mera satisfação
TwinPeaks - damos por nós enrolados num turbilhão de emoções que nos arrastam
Narag - envoltos em aparentes telas de veludo
TwinPeaks - rasgadas por brasas outrora arrancadas aos nossos corações
Narag - encontramo-nos ligados, desfigurados como redemoinhos irados
TwinPeaks - que andam como que perdidos sem rumo nem sentido
Narag - mas presentes, vagueando
TwinPeaks - ouves? consegues ouvir? sentir? viver, respirar aquilo que não tenho para dizer?
Narag - clamas e eu não compreendo e somente rogo que me leves
TwinPeaks - sem condições, crendo apenas no teu ser
Narag - ferem-me saudades inesperadas e, até hoje, desconhecidas
TwinPeaks - e choro... choro sem saber porquê
Narag - e eu imploro indultos com sofreguidão
TwinPeaks - ao ritmo da trovoada, ao ritmo da chuva que lá fora cai
Narag - e no silêncio do interior o silêncio estagna
TwinPeaks - pára por um momento apenas e deixa a pressão te esmagar naquilo que és
Narag - deixa-te cercar por sulcos roucos
TwinPeaks - a água dos rios que corre pelos mesmos acolhe-te em seus braços
Narag - deixa-te reclinado sobre a relva sadia
TwinPeaks - respiras e esperas que te acolham
Narag - como o respirar do próprio mundo
TwinPeaks - o ar... o ar que falta... o ar... dá-me ... ar
Narag - e és liberto, liberto das amarras da gravidade, do solo, do espaço
TwinPeaks - sem saber como flutuo ao som das nuvens que passam por debaixo de mim
Narag - a tua presença dissipa-se no olhar vítreo; já cá não estás
TwinPeaks - por uma vez apenas, por uma voz apenas, por um sabor apenas..
Narag - nem o rumorejar do vento agreste, nem o arrastar das folhas quando o mundo repousa em tons de sépia
TwinPeaks - quem está? quem.... espera, consegues ouvir?
Narag - lanço sussuros que ecoam em vozes indistintas
TwinPeaks - os espiritos juntam-se em torno da fogueira contando histórias de lendas
Narag - o resfolgar crava mais profundas as fendas nos rostos
Narag - o resfolgar cava mais profundas as fendas nos rostos
TwinPeaks - por onde passam as lágrimas que espalham o som que nos faz vibrar
Narag - e se escondem as que hoje não serão descobertas
TwinPeaks - Consegues amar? perguntou-me
Narag - Consegues?
TwinPeaks - é doce o teu olhar, amargo o meu sabor, fujo à questão. Não sei responder
Narag - quanta ânsia me provocavam essas interrupções
TwinPeaks - sem saber o que fazer ou como reagir
Narag - desvanece-se a dimensão do tempo fundindo-se em fragmentos desunidos de ambos
TwinPeaks - ai, mas é tão bom quando se unem
Narag - numa luta emaranhada de memórias destituídas
TwinPeaks - que a pouco e pouco, cada vez mais se fazem presentes
Narag - e reaparece o entardecer ígneo
TwinPeaks - já se faz tarde e tudo o que se acreditava desvaneceu na penumbra de um dia perdido
Narag - como outros cinzelados nos memoriais pardos da recordação
TwinPeaks - apenas uma pedra que jaz no meio do nada
Narag - é todos os dias revivida como se de ávidos espectadores nos tratássemos
TwinPeaks - liga a tv, vê as noticias e de volta à vida cinzenta
Narag - funesta monotonia que nos consome
TwinPeaks - curiosa a mania de escurecer as coisas. No final tudo se resume a um beijo que tudo diz

Thursday, July 12, 2007

Fudível

Curioso como as coisa raramente são como queremos...
Fazemos planos para algo nunca acontecer, E
não sei se será a típica atracção fatal para o desastre natural,
não sei se será qualquer outra causa
que perdura como uma peça de roupa no estendal
à procura que alguém lhe toque,
a leve,
a passe a ferro,
a dobre
e faça com que continue no seu círculo rotineiro.
Tudo isto para dizer, ou melhor, perguntar
se realmente fará sentido fazer planos...
As coisas que se escrevem nem sempre têm de fazer sentido
as minhas raramente obedecem a tal desígnio.
Até acho um certa piada quando uso palavras caras
que nem sequer fazem parte do meu léxico.
Por exemplo, abro o priberam e...
começo por parvoíce...
passo para a demência
depois vou à loucura
sigo para tresvario
dou em delírio com mórbido
e fico enfermiço
mas achacadiço já começa a ser mais rebuscado
fico-me neste ataviamento que nada de jeito diz
Talvez nem seja suposto.
Estou-me a lixar para o suposto,
correr atrás do prejuízo
fazer aquilo que dá na real gana
ser olhar a meios e a fins
atropelando tudo e todos.
Mas o mais grave é que nem sequer um
com licença é pedido
Aí aí aí
a cantar, a saltar, trá lá lá
este texto já deu o que tinha a dar.
erro
erro
erro
.
.
.
.
.
Hora de trocar o fusível


Thursday, June 28, 2007

Os dias

Os dias são passados ao ritmos dos anteriores
Uns mais depressa,
Outros nem por isso...
Mas não é por isso que deixam de ser mais iguais
que aos anteriores...
Essa vozes que me ouvem mas não me lêem
Tocam mas não sentem
Sabem mas não vivem
respiram até aquilo que nunca entenderam
Nem eu sei porque o faço
porque teclo
porque hei-de mesmo continuar a teclar
Existe alguma diferença entre aquilo que se passou
E aquilo que realmente é?
No futuro já nem se fala
Esse não se pára de se alterar...
É conforme lhe dá o vento
O sentido que se dá às coisas que nem se sentem
o tocar por entre folhas de palavras
que as mesmas não seguram...
Fazem uma pessoa inspirar aos soluços
ao ritmo de um som carregado de algo
Não tenho que o definir, nem mesmo escrever
Faço-o neste momento contra a minha vontade
As mãos com vontade própria
palavras próprias que a mente desconhece
Não consegue controlar
Não consegue viver o risco branco que escreve pelo chão
Será a sirumba ou qualquer outro jogo infantil
Qual quê.... o que os putos de hoje querem é mais é Playstation
Ainda aí estás?
Porque lês isto? Pára, ou é algo compulsivo
doença que te afecta e não te permite teres vontade própria
tens de ver a palavra fim para parares, é?
Seja.... FIM!

Saturday, June 09, 2007

Existe.

Existe o ser que vive dentro de nós aprisionado
Ele respira, observa e pensa
Pensa para si mesmo o ser que a sua casca criou
São infindáveis os diálogos entre aqui que se pensa
e aquilo que é.

Dois traços que representam aquilo que queiramos.
A poderosa morreu para uns,
para outros apenas um novo ciclo.

Não existem palavras no mundo que descrevem
o melodrama das palavras da linha acima escrita.

E porque não fazes tu mesmo, pergunta o pobre...
E porque não é o mundo linear?
Porque tem de estar sempre tão cheio de ideias
que de novo nada tem.

O que é certo é que enquanto escrevo
não falo daquilo que realmente quero.
Medo? Talvez. Aproveito a aberta e mais uma vez fujo
envolvido neste latente estado de auto-comiseração
triste com o facto estar triste sabendo que trista não é mais do que um estado
Passageiro ou não, apenas depende de como se lida com a questão.

Os olhos estão pesados, mas a vontade de escrever
aquilo que nunca vou dizer, mesmo que seja escrevendo,
continua presente, da mesma forma que o nó invisível.

A realização das ocas ideias que iam assolando a mente cansada de si mesma
permanecem no ar, como se nada se passasse.

É bonito quando tudo o que está bem acaba bem
sem bem saber os limites que se auto-impõem.

As imagens sujas continuam presentes
gravadas em forma de tatuagem
na parte interna da pele.

E depois?
Em nada se iria alterar.
Engraçado, tanto espaço entre as frases e letras.

Wednesday, April 25, 2007

Hoje é dia 25 de Abril....

E nunca em 31 anos da minha vida esta data teve tanto significado.

Afonso Henriques deu início àquilo que hoje chamamos de Portugal.
D. Dinis deu-nos o português escrito.
D. João II deu-nos metade do mundo.
25 de Abril deu-nos a liberdade de expressão.
E parece-me mais do que justo, nesta data, fazer uma homenagem
a alguém que foi a voz do sentimento português em 74.

Maio, Maduro Maio

Maio maduro Maio, quem te pintou?
Quem te quebrou o encanto, nunca te amou.
Raiava o sol já no Sul.
E uma falua vinha lá de Istambul.

Sempre depois da sesta chamando as flores.
Era o dia da festa Maio de amores.
Era o dia de cantar.
E uma falua andava ao longe a varar.

Maio com meu amigo quem dera já.
Sempre no mês do trigo se cantará.
Qu’importa a fúria do mar.
Que a voz não te esmoreça vamos lutar.

Numa rua comprida El-rei pastor.
Vende o soro da vida que mata a dor.
Anda ver, Maio nasceu.
Que a voz não te esmoreça a turba rompeu.

Por:Zeca Afonso

Friday, April 13, 2007

É fácil

E muito se pode dizer sobre um tema escolhido ao acaso.
Basta acreditar naquilo que se escreve
O modo de descrever uma ausência
de algo presente traduzido em som
som que parece vazio, mas faz-se presente.
De tudo o que poderia dizer,
nada, mas nada sai sem que tenha o aval do ego censor
censura por se escrever algo que não se quer ler.
Uma vez escrito não há volta a dar
Acaba por ter um valor que a palavra não tem.
As acções, essas, por vezes passam despercebidas
E acabam por ser incrivelmente efémeras.

Tu estás ai... eu aqui.
Toco-te sem saber porquê, porque me aproximo
e no entanto imóvel, traído pela minha própria expressão facial
sem saber o que dizer, o que fazer.
Ai, o remoinho... o remoinho, o remoinho
que se faz presente e faz andar à roda, à roda, à roda,
E eu, ainda aqui sentado já com as nádegas a darem de si.
Mais uma vez está na hora.
Hora de ir para a cama.
Ridículo um relógio tic-tac que por acaso até é digital
controlar de tal modo as nossas vidas.
Não tenho nada importante para te dizer.
Mas também, qual a novidade?

Wednesday, April 11, 2007

Por vezes dá-me destas...

Começo a ouvir uma determinada música
E dá-me simplesmente vontade de escrever indiscriminadamente
Sem olhar para a forma, as letras
ou mesmo a essência do que escrevo.

Por vezes pensar cansa demais
E limita a própria essência da escrita
Que fala por nós sem pedir qualquer tipo de consentimento.
Respira o seu próprio ar
Tem a sua própria vida.

Por vezes limitada e atrofiada.
Outra vezes simplesmente exposta
Com o peito aberto às facas que se aprontam
para esvoaçar rumo à destruição
daquilo que um dia viria a ser uma obra prima,
que como o soquéte da Voxx dizia
para não confundir com a prima do mestre de obras

É assim a arte, corriqueiramente vulgarizada como desarte.
Não que o conceito ou visão falhe por muito.
É preciso dar espaço para a criança respirar
Fazendo o que tem a fazer por muito que lhe digam
"É errado"

Erra então para ai à vontade.
É com os erros que melhor aprendes a viver o mundo
Como apenas os teus olhos pintam
tingidos pelos sentimentos de quem não quer sofrer.

Para uns uma dor,
para outros uma lição,
comunhão com um deus que nunca conheceram
ou tocaram
como eu te toco a ti que não lês as minhas palavras.

Melhor assim,
não se gastam
e guardo-as apenas para mim.

Egoísta? Talvez...
Afinal dias não são dias,
premissa que muitos usam e abusam
ao qual eu não sou excepção
prometendo e comprometendo-se com acções que jamais irão cumprir.

E por vezes a surpresa acontece...
Contra todas as expectativas
eis que surge do nada,
como um ar que lhe dá... a ... inspiração.

Como é fácil se iludir os tolos
com papas e bolos.

Basta ter passado pelo...
ia dizer suplício, mas não se aplica aqui...
Que palavra usar então?

Já sei.. fazendo uso da teoria do meio copo cheio ou vazio,
gastando ou ganhando tempo a ler estas linhas.

A minha pergunta, a ti, estranho... ou estranha....
Porque lês estas linhas?
Que procuras encontrar nelas?
Não compreendes que elas são vazias e não falam de nada?

É tão fácil misturar arte... ou pseudo... com ataque pessoal.
A indiferença ou anestesia dos sentidos dá neste tipo de coisas.

Palavras leva-as o vento
Escritos... talvez apenas o tempo.

Xô, este texto já acabou.
Podes ir embora e escrever os teus textos que não falam de outra coisa que não... AmorE.
Dizer que gostas de escritores que nem compreendes o que dizem
o que escrevem.
Parece bem...
Muito menos percebes o sentimento e dizes-te sensível.

Pois é. Descambou isto.
Talvez fosse esse o objectivo de inicio, quem sabe...

Eu sou dos que acredita que tudo acontece por uma razão.
Nem sempre percebo porquê.
Houve um tempo em que nem sempre as coisas eram assim.
Esses tempos estão lá atrás... que nem
fotografias a preto e branco,
paradas, estáticas e sem cor.
São apenas uma imagem.
E mesmo que oiças um piano melancólico a tocar,
está tudo na tua mente.
É apenas uma imagem.

Tens por certo uma visão diferente das coisas.
Não te censuro.
É o teu caminho e eu tenho o meu.
Até poderias partilhar o mesmo...
Para isso é preciso pelo menos dois.

Eu... paro, encosto-me e relaxo-me.
Simplesmente observo.
Até sou capaz de colocar a palavra lágrima aqui pelo meio
mas, nada como uma adaptação referido que
poderia estar piurso com tudo,
mas é difícil me manter assim quando há tanta beleza neste mundo
e não consigo sentir outra coisa que gratidão
por todos os segundos da minha
pequena estúpida vida.

Não tentes perceber.
Um dia, sem dares por ela, irás entender.
No fundo o fim não é mais do que um mero início.

Thursday, March 29, 2007

Orgulho em ser Português

Vergonha de ser Português??? Já me deixei disso. Tenho mais do que orgulho em ser Português. Sim, o facto de Salazar ter ganho e o Cunhal ficado em 2º lugar deixou-me mais do que triste. Hoje já me riu da situação que se reparar-mos bem é deveras caricata. De certo modo é como um... choque de alerta que nos permite ver que ainda temos muito trabalho a fazer. A luta pela alfabetização começa por todos nós que conseguimos estar um pouco mais despertos. É altura de pegarmos nos nossos conhecimentos e partilharmos com os adormecidos. Podem até demorar a o compreender/entender ou mesmo aceitar. Mas o que tem de ser é mais forte que qualquer coisa. Não é silenciando a voz ou mesmo nos reduzindo como povo que iremos alguma vez evoluir. Chega do eterno negativismo e pessimismo Português. É certo que hoje em dia nos define como Portugueses. Mas não vi qualquer tipo de negativismo quando Afonso Henriques se revoltou contra sua mãe e Castela e desceu Península Ibérica abaixo dando o primeiro passo de gigante para a criação da nossa nação. Não vi qualquer tipo de negativismo quando D. João II com 300 cavaleiros iludiu os 2000 espanhóis que se preparavam para tomar de assalto Évora.... Um Rei que sem praticamente nada eleva Portugal como uma das maiores potências mundiais. Chega de mandarmos abaixo o que é nosso. Está na hora de aprendermos a valorizar tudo o que temos de bom e inverter na mesma direcção o que caminha em direcção oposta. D. Afonso Henriques, D. João II acreditaram em Portugal e fizeram dele uma referência. Esses sim, são os Grandes Portugueses, bem como os que com suas letras cantaram a nossa história, ou os que contra tudo e contra todos tomaram a decisão mais humana que se poderia tomar porque era o Correcto. Todos nós podemos ser Grandes Portugueses e acredito piamente que o vamos ser.

Monday, March 26, 2007

Ainda na ressaca de ontem...

Portugal deveria ter ser governado por dois primeiros-ministros. Um, alguém democraticamente elegido pelo povo que por muito má escolha se acabasse por revelar(como todos aqueles que os portuguese elegem...) seria sempre fruto da escolha dessa mesma democracia. O segundo, uma reencarnação Salazarista para governar todos aqueles que o apreciavam como governador, como censor-mor e expoente máximo de uma nação de cordeiros, submissa e que querem a sua voz abafada e silenciada, bem como todas as suas acções que vão contra o "estado" reprimidas. Assim, todos seremos felizes. Eu, pessoalmente fico-me pela primeira opção. Sempre sou livre de dizer o que penso quando, por exemplo, algo não está bem. Da mesma forma que sou livre de apontar o que é feito de bom e o que podemos melhorar.

Como referido no Coisas e Causas:

Na minha opinião só há um grande português porque (como ontem disse Leonor Pinhão umas 49 vezes e meia no documentário emitido no canal público) sem ele não havia Portugal. Senão vejamos:
Sem D. Afonso Henriques Camões e Pessoa não tinham deixada a sua grande herança à língua portuguesa, quanto muito tinham escrito em Castelhano.
Sem D. Afonso Henriques Salazar não tinha sido ditador (talvez o único erro que se possa apontar ao nosso primeiro rei) e Cunhal não lhe tinha feito oposição.
Sem D. Afonso Henriques D. João II nunca teria sido Rei de Portugal, o Infante D. Henrique nunca teria sido o grande instigador da expansão portuguesa e o Marquês de Pombal não tinha reconstruído Lisboa.
Sem D. Afonso Henriques Aristides de Sousa Mendes não tinha sido cônsul, logo não tinha salvo 30 mil pessoas das mãos de Hitler e, por fim, sem D. Afonso Henriques Vasco da Gama teria andado a navegar, tal como Colombo, ao serviço da Coroa Espanhola.

in Blog coisas e causas
E como tal, Grande Português é só um, D. Afonso Henriques e mais nenhum.

E com isto está tudo dito, Olé!!!!

O Melhor Português...

Simplesmente incrível, inacreditável ter ganho Salazar... deixando para trás pessoas, esses sim, grandes portugueses, Aristides de Sousa Mendes (O Embaixador), o Camões (o homem das letras), D. João II (o homem que dividiu o mundo em 2 partes) e o nosso Primeiro - D. Afonso Henriques (A quem devemos a criação do nosso Portugal).

Simplesmente incrível, estúpido e idiota.

Sinal que ainda há muito trabalho a fazer, de modo a se alterar o nosso típico fado, transformando-o no orgulho que todos ansiamos. A nossa alma lusitana voltará a ser levada pelos ventos até aos quatro cantos do Mundo de forma justa, integra e humana. É Kitsch? É à altura do resultado da votação.

Friday, March 23, 2007

às vezes

Por vezes simplesmente me ponho a escrever sem ter qualquer tipo de ideia sobre aquilo que dai vai sair.
Por vezes simplesmente começo. Começo sem sequer ligar ao que a minha mente quer dizer.
Os dedos digitam mais rápido que a minha voz interior chegando mesmo por vezes a sabotar aquilo que quero dizer.
Curioso este processo de auto-sabotagem. Mais curioso ainda é quando a dita auto-sabotagem é realizada a uma outra já anteriormente lançada a mim.
Claro que vocês não fazem ideia daquilo que estou para aqui a escrever. Não se preocupem... não é grave. Eu também não faço.
Claro está que assim sendo tudo isto se passa a um nível irracional que esta de tal modo presente que me questiono "será mesmo assim tão irracional?"
O texto? Talvez... O que deixa as letras saírem do seu cantinho escuro? Concerteza que não o será menos.
Mas afinal qual o sentido disto?
Já os Monty Python o perguntavam no "The meaning of life".
São apenas palavras. E no fundo, como costumo dizer, não tem mais peso do que aquele que nós lhe damos. Mas porque dar qualquer tipo de peso a todo este infindável rol de baboseiras dignas de um verdadeiro muro das lamentações?
As perguntas... sempre as perguntas...
Não se e capaz de fazer nada sem meter a merda de uma pergunta pelo meio.
Talvez não seja mais do que fruto da observação atenta de toda a carneirada que nos rodeia. Com a observação rapidamente se formula - não uma teoria, mas um dado adquirido - o facto que a hipocrisia compensa. No fundo, ao escrever isto não o estou a ser menos do que os outros.
Mudando de tema... tem piada, tem... por muitas voltas que se de, o tema será sempre o mesmo. Por vezes apenas pintado com diferentes tons. Cores que reflectem tudo aquilo que não são. O típico lobo em pele de cordeiro.
Por vezes seria bom que tudo parasse... tudo imóvel... sem se ouvir os tic-tac's que estão sempre presentes de modo subconsciente. Andar passo ante passo por entre as gente. Observar os dois lados: O que projectam e o que realmente sao. Depois fazer um exercício. Medir a distancia entre um lado e o outro. E com isto se obteria facilmente um verdadeiro ratio de hipocrisia e/ou auto-ilusão.
Realmente o facto de não se poder colocar aqui acentos chateia um pouco.
Tal e qual como a vidinha de todos os etéreos mortais.
Por vezes seria tão bom se deixar cair a casca de amargura e deixar a criança presa no interior tomar conta.
Gostamos tanto das crianças. Gostamos tanto das crianças que passamos a nossa vida a reprimi-las de modo a terem uma casca como nos.
Por vezes... seria bom se houvesse paz.
Por vezes... seria bom que simplesmente se acreditasse.
Por vezes seria simplesmente bom...

Wednesday, March 14, 2007

Little Arithmetics... para a minha amiga Diana...

Bem que não fui eu que escrevi isto e claro que poderia perfeitamente nunca ter escrito tal coisa:

Into temptation, over in doubt
Black night, neonlight into my house
talking talking talking about
Out of frustration, over in doubt

Hold me now, I'm hoping that you can explain
Little Arithmetics
Got me down, they're fooling me again and again
Little Arithmetics
Got me down

Sometimes I feel like going down south Sometimes I'm feeling alright
Sometimes I feel like I'm over and out Sometimes I'm losing my mind
Talking talking talking about Sometimes the day is the night
Into temptation, over in doubt Sometimes I don't wanna fight

Hold me now,
I'm hoping that you can explain
Little Arithmetics
Got me down, they're fooling me again and again
Little Arithmetics
Got me down

By:dEUS ...

E pronto, estava ouvir isto e... curioso que me lembrei de ti. Não sei, é sempre algo que te me traz à alembradura. Tenho saudades tuas... e esta é/foi ou whatever dedicada a ti... se bem que bem sei que preferes os originais. Pões-te a queixar para a próxima não levas nada.

Açúcar... muito açúcar para quando os enfermeiros vierem-me entregar o bonito colete branco para adoçar a vida.


Thursday, March 08, 2007

Um monte de coisas para dizer

Sim, tenho sempre um montão de coisas para dizer.
Um monte de coisas para dizer.
Todas elas vazias, mas não importa.
O número, sim, esse é que é verdadeiramente importante.
Existem situações em que nos sentimos deveras abençoados,
por tudo o que somos,
por tudo o que tocamos,
por tudo o que passamos,
e este momento não foge a tal regra.
Sou adulto e consigo chorar...
a criança em mim ainda não morreu.
Não foi isso que alimentou o estado actual,
mas não sou capaz de apagar da minha mente a imagem de Rwanda, Hotel Rwanda.
Apenas um filme... eu... europeu... português e impotente perante tal cenário.
Sim, é apenas um filme... os Rwandeses de actores pouco têm...
sofrem perante a indiferença internacional.
Irritar não é a palavra ideal para descrever o meu sentimento.
Que direito tenho eu de me irritar perante tal situação, que moral enquanto eu, como europeu nada fiz... tão pouco sei o que poderia ter feito.
Sei... que durante o meu dia a dia procuro mudar para melhor o mundo "with my own two hands".
Essa mesma mudança começa por mim.
Falar... fácil
E agir???
A Moral... Somewhere to be found....

Monday, March 05, 2007

raios parta

.
.
três
três são as teclas entoadas por um piano distante
nem sempre temos o que queremos
nem sempre as coisas correm como previamos
e tu que ai estás a olhar para o nenhures
em busca de algo que não procuras
mas sempre em tons de violeta
sem saberes bem porquê... cantas...
mas são apenas teclas...
simples teclas
pretas e brancas....
sem sabor, vazias...
ou talvez não...
ao fim ao cabo, por muito que se tecle
por muito que se diga ou pense
os pensamentos.... esses traidores que muitas vezes saiem sem permissão
traiem-nos... simplesmente traiem-nos...
são capazes de dizer "Amo-te" quando não o sentem
pois não sabem o que isso é
quer dizer... ás vezes sabem e negam-no
Ai o amor.... o amor... o amor...
tantos textos são escrito e não se fala de outra coisa.... amor
como se nada mais existisse no mundo
pouco importa a fome, a destruição ou mesmo a idiotica impertinencia
de bestas que simplesmente não sabem quando estar caladas
é incrivel... simplesmente incrivel
tocar, viver, sentir... pouca importa quando atropelamos aquilo que não vemos
não nos toca directamente
e como tal
andamos altivos... sem olhar para o que nos passa ao lado
isto era suposto ser um texto...
mas não é mais do que um aglomerado de letra
mas não é mais do que um aglomerado de letras
e tudo, mas tudo, resume-se a um vazio de estrelas que jamais foram formadas
e é por isso que muitas vezes o silêncio
é a melhor resposta.
eu como muitas vezes não gosto do silêncio
muitas vezes simplesmente termino com um
vai á merda
.
.
.
live improviso devidamente interrompido at poesia
.

Thursday, February 15, 2007

Génio

Hoje tive um cliente que me disse satisfeito com o apoio técnico:

"O meu amigo é um génio"

E penso eu cá com os meus botões:

"Pena é não aplicar esse meu génio naquilo que realmente preciso...."

Monday, January 29, 2007

O escape...

Que mania de colocar reticências...
Gosto. Deixa a ideia em aberto.
Também é mania de procurar a banda sonora perfeita para escrever.
Neste caso, A Perfect Circle - The Noose.
Quase que rimava... Perfeita... Perfect
Aumento o volume dos Headphones de modo ao som preencher por completo os meus ouvidos.
Talvez nada mais do que na vaga esperança que nada mais entre em minha mente,
dando apenas espaço para o ritmo a que as palavras escritas, não ditas, serem expulsas.
Tudo isto porque simplesmente parece que me falta o ar,
ou sabe-se lá o quê.
Depois sou um tipo difícil de contentar.
Coloco mil e um mp3 no winamp,
misturo-os de modo aleatório
e vou pressionando b, b, b até encontra a dita banda sonora perfeita.
Como acabou A Perfect Circle, agora é Incubus - Southern Girl.
Ok, já me estou a desviar do contexto, da razão pela qual começei a escrever.
Tudo isto porque os testes aproximam-se e eu, aqui, empancado.
Revolto-me contra a minha parvalheira natural e fico-me perante ela, impotente...
à sua inteira mercê.
Por estradas...
Mas que estradas? Que tem isso a ver com o que estou para aqui a fingir que digo.
É da banda sonora.
B, B, B....
Porra, estava difícil.
Do mesmo modo que me está a ser teclar este texto sem sentido.
Não me importo com as consequências vazias e sem sentido do mesmo.
Amanhã, levanto-me, vou trabalhar e passo o dia a dormir em pé.
Responsabilidade é tão simplesmente minha.
Interessante... como se isto me fizesse algo
no género de desfazer o nó que eu próprio atei à minha volta,
ou assim me o querem fazer crer.
Mas com que sentido?
É sempre tão mais fácil culpar os outros pelas coisas cuja responsabilidade não difere da pessoa que lança tais pensamentos.
Está-me a faltar combustível de forma fluida
E com isso, a escrita é directamente impactada.
Desta vez o b não foi suficiente e tive que manipular o aleatorismo da coisa.
Tal como peças de Xadrez, em que somos o jogador e as próprias peças.
As coisas que fazemos e tocamos fazem parte de tudo aquilo que está em redor do fantasma que nos possuí e faz seguir a ilógica do ser sem pensar, nem orar, sem sequer pedir.
Não vale a pena.
O sentimento não se vai lavar ou limpar por si próprio.
Era bom que assim fosse
e que de um toque, de uma explosão,
Tudo fosse renovado e tornado em algo melhor
Um mundo melhor.
Não será afinal isso tudo aquilo que todos queremos?
Uma vida, um mundo...