Ideias parcelares
feitas de parcelas de seres desconexos
que adoram brincar às ligações.
Agora ligo aqui,
agora ali,
agora...
ah... não dá.
Percebi desde o primeiro momento que te vi.
Algo se ia passa.
Por detrás desse olhar
que não fala e tudo diz
jaz o segredo da ilusão.
Uma imagem divina que se projecta
levada à exaustão
de uma mente que se julga maior
que a sua real dimensão.
Eternas verborreias
levadas ao extremo
de um rumo errante
errado por nunca ter tentado.
Ultrapassar a barreira desfeita
pela persistência da alma que ignora
o que a espera ao virar da esquina.
Termina por nada dizer
nada fazer
tudo a ver
e nada mais do que o focus no verbo ter.
Lamentamos o sucedido!
Palavras vãs
ausentes de sentimentos dignos de tal nome.
Não importa se o que escreveu faz jus ao que se pensa.
A atitude de quem marcou o ritmo
sem dar conta do passo passado na penumbra
passada na presença de sua excelentíssima ausência.
Encontro marcado à hora certa.
Frágil sombra do seu ser.
Poder sem saber que fazer.
Nem me apetece sujar as folhas de tinta,
que segundo alguns
não mais seria do que a fotografia
de parte destas sinapses
num eterno estado de curto-circuito.
E insisto nisto, cujo o objectivo é... nenhum.
Insisto novamente e digo... nenhum.
É giro, dizem.
Marca de quem não quer ver
o que é visível aos olhos de todos.
É bem mais fácil acreditar no que é mais cómodo,
sem causar por certo grande incómodo.
Venha daí esse grande, belo e confortável sofá
que alberga o comodismo mental.
Pensar dá muito trabalho.
Pensam-no sem o dizer.
Ou será que o dizem sem pensar?
Na realidade a diferença não é significativa.
O importante é uma pessoa se divertir
e rir, rir sem parar.
Porque se um dia o relógio para...
Tudo fica parado.
Fixo.
Parado.
Esbarrado.
Não.
Parado mesmo.
Parado.
Parado.
Parado.