Penso no pensamento
que me sai da mente
umas vezes presente
outras doente
sendo que nas demais
encontra-se simplesmente ausente.
Pede perdão
como quem passa por ele
não lhe toca
mas simula
emula sem o fogo sequer arder.
Arde no vento
que por momentos lhe tocou
abanou em tempos de loucura
tornada doçura
coberta de uma leve amargura.
O dilúvio de ideias
e ilusões
vendidas ao desbarato
remediadas daquilo que remediado está
mesmo sem haver remédio
para a maleita que deleita
o doente ausente daquilo que foi a sua saúde de ferro,
hoje gesto terno
coberto de um eterno
inferno.
Outono perdido
coberto de cimento
num inverno sem fim.
Cheguei mesmo a temer por aquilo que nunca fui
e no final fiz.
Diz a lenda que já bem mais faltou
para tão temível bis,
desenhado a giz
onde da ardósia apenas resta a memória.
Hoje a luz substitui a pedra negra.
Foi apenas mais um ponto,
no teatro da vida
que segue sem parar.
Se é que alguma vez começou...
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