Sou poeta fingidor
que finge sem saber.
Pode até nem me apetecer
mas quando posso viro pintor
jogo tinta em forma de palavras
de forma aleatória
e exploratória
sem que de alguma forma explane
o que realmente quero dizer.
E vivo assim,
perdido no meu sentimento
decorado de pensar.
Penso no momento.
O que é
o que foi
e o que estará para vir.
Sobre... penso.
E com isso fico propenso
ao seguimento do barco
que ruma desgovernado
sem skipper
nem redentor.
Fico... perdido na esteira
Sem eira
Fico... perdido na esteira
Sem eira
nem beira.
Livre.
À deriva...
E tenho que derivar
À deriva...
E tenho que derivar
sob o risco de estagnar.
Tamanho portento
Tamanho portento
digno de um rebentamento.
È o ontem
È o ontem
o amanhã
e por fim o agora.
E agora?
Agora?
Vira a página
E agora?
Agora?
Vira a página