Wednesday, November 11, 2009

Emissão

Boa noite a todos os ouvintes da Rádio André Silva. Instalem-se confortavelmente no sofá e relaxem. Preparem-se para uma viagem calma e tranquila conduzida por sons enebriantes que nos embalam e nos projectam para outras dimensões. As estrelas são o nosso destino. Apertem os cintos de segurança e um inicio de boa noite...

Friday, September 25, 2009

Fado

Porque nem só de rock vive o homem
Por vezes é preciso recorrer à alma
do ser Português
deixar as nossas veias serem invadidas de saudade
cantar em todos os cantos o nosso destino
tocados como apenas ela toca ... o nosso fado.

Já dizia a Amália:

Tudo isto existe
Tudo isto é triste
Tudo isto é fado

fado

Wednesday, September 02, 2009

descartável

És vazia.
Para ti tudo é descartável,
os objectos,
as pessoas,
tudo é consumível,
tal como tu o és...

Tuesday, September 01, 2009

Orfeu

Quando a sombra nos olha
no cinzento das nossas existências
resta perguntar...
qualquer coisa, não importa o quê.
Nem que seja apenas para fazer sentido
por momentos apenas que seja.
Permito que o meu corpo se afogue
na melancólica incerteza com que pintas os meus dias
A distancia entre o que hoje é
o que amanhã será
dirigida pelo que ontem foi.
É um rumo sem destino
vazio ou apenas iludido por tal
não sendo capaz de ver o óbvio
fechando-se em si mesmo
querendo gritar sem saber bem o quê
porquê do ser aquilo que não se sente
sem se ver o porquê
porquê...
porquê...
batem as doze badaladas
o meu coração palpita ao ritmo da incerteza.
O pânico instala-se mas a vida não pára.
E tu respiras,
ou até te esqueces que o fazes...
Mas isso não importa
digo eu,
como se eu,
eu mesmo soubesse a resposta para tal
Ai, a arrogância ou a cegueira,
ambas ferem, mesmo que disfaçada
de estupidez que nenhum valor acrescentado traz.
A batalha do ser versus o viver
quando viver nem sequer se faz uma ideia do que é.
Estou enamorado de uma ideia vã
sarampilhada de uma vontade
concreta como a núvem no céu...
agora está lá... daqui a pouco desaparece
tal como eu que em nada me distingo do comum mortal
afinal não somos mais do que carne e ossos
sob o pretexto que todos nós temos uma alma...
...uns mais que outros...
...uns mais que outros...

01/09/2009

Saturday, August 29, 2009

Afinal

quem é o verdadeiro amigo aqui?
Eu dou-te gajas
tu dás-me punhetas...

Thursday, July 23, 2009

Dança do sol e da lua

Os dias passam sem que aquele dia mude de onde ele se encontrava
quando tudo aconteceu, pereceu e a vida que prosegue vazia.
Por muito que se procure encher jaz lá...
São só muros que me apertam e me esmagam
não me deixam respirar enquanto eu quero viver
avançar, deixar tudo para trás e não consigo,
Não consigo pois a minha mente volta sempre aquele ponto partida...
bah... partida... palavra engraçada para definir algo que acabou
pois estás sozinho neste mundo
e as lágrimas que vertes caiem no vazio
da nulidade da qual é construida a teia
que a muitos chamam dor de não se sentir amado
não saber o que é estar num sitio onde se é protegido e acarinhado
mesmo quando rodeado de coisas e gestos que te fazem crer
que te querem por perto, ou então tu, simplesmente não sabes interpretar
vives a tua vida engolido pela lassidão de um destino
que te tira o ar que procuras respirar sem uma gota de sangue deitar...
É a raiva que te consome, é a raiva que te faz mexer
é a raiva que te faz respirar e acordar o dia seguinte
porque não é nada disso que te vai levar a algum lado.
A miséria faz-se presente mas apenas porque lhe damos espaço
e não somos capaz de abrir mão daquilo que nos faz sofrer
e nos queremos agarrar com todas as forças como se disso dependesse a nossa vida
A vida que paramos para apreciar a sua morte.
Mas na realidade a partir do momento em que abrimos a mão
e deixamos de olhar para trás... é aí... aí que a nossa vida começa.
Talvez a felicidade esteja realmente lá à frente
como o sol põe no horizonte dando lugar à noite
para cobrir toda a superficie que toca
e a lua lá no alto... em todo o explendor....
perdemos o sol...
ela abraça-nos e diz-nos...
amanhã ele está de volta...
Assim esperamos...

Tuesday, July 14, 2009

Prémio Pulitzer - Categoria fotografia

Bem... tenho de partilhar isto.... já que só é possível mesmo uma foto mental... neste momento estou a trabalhar... num cafézito simpático... mas deparo-me com uma visão nada simpática.... Ora bem... imaginem. uma cota com os seus .... 50's.... mais vermelha que uma lagosta.... com o seu... diria... 1.75/80 de altura.... deve pesar uns... 90 Kilitos à vontade... está sentada de costas para mim, calcinha branca. sandalinha a condizer com a blusinha roxa... ok... até aí tudo bem.... agora... aquele fio dental ali todo à mostra em que se tivesse até era capaz de ver os pelos da pintelheira era mais do que escusado.... por amor de Deus.... como é que certas pessoas não têm a minima noção da figura que fazem??? Confesso que a esta altura o meu sentimento... se não é de nojo pelo grotesco da imagem... algo perto deve ser.

haja paciência....

P.s.: Cheguei por acaso a referir a parte da celulite e estrias à mistura com o imenso escaldão?

chuva

Porque nem só de sol vive o homem, por vezes é preciso a chuva cair lá bem do alto para da terra brotar o alimento que no dia seguinte é servido à mesa do comum mortal...

Monday, April 27, 2009

ilusão

para lá da escuridão também há vida
para lá da luz reside o eco vazio
que preenche a essência de um ser
que um dia tocou o sol
e viu o sorriso iluminar
a sua pálida existência
que outrora passou despercebida ao mundo,
O mundo do comum dos mortais.
Sou apenas mais um que vagueia
por este mar de incertezas
em que o fundo não são mais que corpos
cheios de ocas emoções.
E se um dia, por um dia apenas fosses feliz?
Sempre a eterna dúvida do que é,
do que quer ser, do que foi,
O que um dia fez sentido, hoje não mais o faz,
E será que amanhã o fará?
Não sou visionário
E nem sei se o fosse se ganharia algo com isso.
Desde um sentimento de opressão
passando por uma euforia momentanea
e culminando num vagear sem rumo nem sentindo.
Tudo, mas tudo em determinado momento
deixa de corresponder a uma determinada realidade.
Já bem para além do sono tudo se torna mais turvo,
O medo que se assola,
A tristeza e o sopro gélido de algo que marca um ponto...
Não o esperava, sou sincero.
Até me parecia tudo bem.
Pelos vistos não era mais do que... ilusão...
Ilusão que preenche todo o infímo pedaço do meu corpo
E é essa mesma ilusão que serve como base à esperança.
Na verdade... é difícil com tudo isto
Uma pessoa não se sentir um pouco desapontada.
O que é certo é que num futuro,
se calhar não tão próximo,
Tudo isto será apenas uma memória...
... se a tanto chegar...