Tuesday, September 01, 2009

Orfeu

Quando a sombra nos olha
no cinzento das nossas existências
resta perguntar...
qualquer coisa, não importa o quê.
Nem que seja apenas para fazer sentido
por momentos apenas que seja.
Permito que o meu corpo se afogue
na melancólica incerteza com que pintas os meus dias
A distancia entre o que hoje é
o que amanhã será
dirigida pelo que ontem foi.
É um rumo sem destino
vazio ou apenas iludido por tal
não sendo capaz de ver o óbvio
fechando-se em si mesmo
querendo gritar sem saber bem o quê
porquê do ser aquilo que não se sente
sem se ver o porquê
porquê...
porquê...
batem as doze badaladas
o meu coração palpita ao ritmo da incerteza.
O pânico instala-se mas a vida não pára.
E tu respiras,
ou até te esqueces que o fazes...
Mas isso não importa
digo eu,
como se eu,
eu mesmo soubesse a resposta para tal
Ai, a arrogância ou a cegueira,
ambas ferem, mesmo que disfaçada
de estupidez que nenhum valor acrescentado traz.
A batalha do ser versus o viver
quando viver nem sequer se faz uma ideia do que é.
Estou enamorado de uma ideia vã
sarampilhada de uma vontade
concreta como a núvem no céu...
agora está lá... daqui a pouco desaparece
tal como eu que em nada me distingo do comum mortal
afinal não somos mais do que carne e ossos
sob o pretexto que todos nós temos uma alma...
...uns mais que outros...
...uns mais que outros...

01/09/2009

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