Tuesday, November 02, 2021

A eira da beira ribeira teima

 Sou poeta fingidor
que finge sem saber.
 Pode até nem me apetecer
mas quando posso viro pintor
  jogo tinta em forma de palavras
de forma aleatória
e exploratória
sem que de alguma forma explane
o que realmente quero dizer. 
 
E vivo assim, 
perdido no meu sentimento
decorado de pensar. 
Penso no momento.
O que é 
o que foi
e o que estará para vir.

Sobre... penso.
 
E com isso fico propenso
ao seguimento do barco
que ruma desgovernado
sem skipper 
nem redentor.

Fico... perdido na esteira
Sem eira 
nem beira.

Livre.

À deriva...

E tenho que derivar
sob o risco de estagnar.
Tamanho portento
digno de um rebentamento.

È o ontem
o amanhã 
e por fim o agora.

E agora?

Agora?

Vira a página
e segue rumo ao sol poente.

pic by:frequenzlos



Thursday, May 27, 2021

Aries

 Não. 
Não escrevi mas gostaria de ter escrito. 
Não.
Não desenhei mas gostaria de ter desenhado.
Não. 
Não disse mas gostaria de ter dito,
um dito, 
um conto, 
um parágrafo,
um ponto...
não sei se seria um ou um e uma vírgula.
A pontuação faz toda a diferença
por muito que digam que não. 
E eu insisto.
Até que digam sim,
ou simplesmente desisto.
Mas não resisto ao destino fadado
talhado e retalhado
à medida do fato que me veste
assenta 
e me cobre
sem cobrar afecto
mas fazendo-me sentir quente.

Poderia vir de oriente
ou poente. 
Mais não me poderia ser indiferente
por muito que fosse diferente.
No final dizem todos o mesmo
e aí da ovelha tresmalhada que saia do rumo.

Sou Carneiro
não ovelha.
Obstinado, 
teimoso
e pleno de coração.

photo by: vera-chimera

Sunday, April 11, 2021

O nojo que por vezes me dá ser humano

Não quero me fechar em mim
Mas sim em ti.
O mundo lá fora assusta-me
ao contrário dos teus braços que me protegem
deles...
de mim.

Se ao menos eles soubessem as consequências dos seus actos
as agressões gratuitas
as feridas que abrem
os danos que causam...

Porque será tão difícil procurarem
ou pelo menos tentarem ser melhor seres humanos?
É tudo a apontar armas em menos de nada
para depois se queixarem que foram agredidos.

Porque será?
Porque será?

É tão claro e não o conseguem ver.

Porquê?
Porquê?
Porquê?

Wednesday, February 17, 2021

Rambles of the mad king

The art of parting like a madman sitting in the throne with the pants down!
Unfuck the world. 
Word!
 
pic by: vimark