Olho em redor
e tudo me parece plástico
e tudo me parece plástico
Artificial
Subo ao palco,
ajusto o microfone,
digo uma palermice qualquer
digo uma palermice qualquer
os aplausos...
Artificial.
Palavras consumidas como fast-food,
ignorando melodias gourmet
Artificial.
Pedes perdão mas já vens tarde.
Quem és tu?
Não mais existes na minha vida.
Tudo foi... Artificial.
Tudo tem a sua devida utilidade,
mesmo quando forrado a falsidade.
Quanto mais não seja lembrar o que é ser real.
Foge-se dos fantasmas que marcam presença.
Ou puxa-se mesmo por forma a se poder justificar a acção
repetida à exaustão
que prende e não deixa avançar.
Artificial
As tetas de silicone acabam por ser o menor dos males.
Já relativamente aquela coisa cinzenta... se existente...
localizada um pouco abaixo dos cabelos... se existente...
o mesmo não se pode dizer.
Não tanto a massa em si,
mas mais as ideias que produz.
Artificial.
Tu que aqui estás,
marcas a presença num evento cultural
pois é fashion
partes e nada levas daquilo.
És artificial.
Artificial.
Obrigado por me ajudares a ser mais Real.