Vento porto de abrigo
Vento ponto de alento
lento e calmo
abraça a voz que vocifera lá bem ao fundo
lá no fundinho
que segreda bem baixinho
no recanto escuro onde a luz não chega.
Vento do alento
que sopra com toda a bravura
daquela que me falta
de uma luta que o eu não lutou
resignou-se à apatia que se abateu
algures entre a sombra e a escuridão.
Ligas a televisão.
Os sons eléctricos que emanam no ar.
O vento lento te acolhe.
Quem te manda dormires ao relento?
Re Lento.
Vento, ventinho,
dá-me força para sair daqui de fininho,
sem que ninguém perceba da minha imensa existência
que teima em estar ausente
de presenças que nada pintam no fundo vazio
desse emaranhado de sentimentos difusos
a que alguns chamam de profundos.
Para mim são simplesmente parvos.
Como os poetas.
Mas não seu eu que mando aqui.
É o vento.
E ele para onde sopra, leva-me.
Ou então...
Ilusão?
Do vento surge o movimento
que se converge no sentimento.
Sentimos?
Juntinho os dois.
Que te parece?
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