Thursday, July 23, 2009

Dança do sol e da lua

Os dias passam sem que aquele dia mude de onde ele se encontrava
quando tudo aconteceu, pereceu e a vida que prosegue vazia.
Por muito que se procure encher jaz lá...
São só muros que me apertam e me esmagam
não me deixam respirar enquanto eu quero viver
avançar, deixar tudo para trás e não consigo,
Não consigo pois a minha mente volta sempre aquele ponto partida...
bah... partida... palavra engraçada para definir algo que acabou
pois estás sozinho neste mundo
e as lágrimas que vertes caiem no vazio
da nulidade da qual é construida a teia
que a muitos chamam dor de não se sentir amado
não saber o que é estar num sitio onde se é protegido e acarinhado
mesmo quando rodeado de coisas e gestos que te fazem crer
que te querem por perto, ou então tu, simplesmente não sabes interpretar
vives a tua vida engolido pela lassidão de um destino
que te tira o ar que procuras respirar sem uma gota de sangue deitar...
É a raiva que te consome, é a raiva que te faz mexer
é a raiva que te faz respirar e acordar o dia seguinte
porque não é nada disso que te vai levar a algum lado.
A miséria faz-se presente mas apenas porque lhe damos espaço
e não somos capaz de abrir mão daquilo que nos faz sofrer
e nos queremos agarrar com todas as forças como se disso dependesse a nossa vida
A vida que paramos para apreciar a sua morte.
Mas na realidade a partir do momento em que abrimos a mão
e deixamos de olhar para trás... é aí... aí que a nossa vida começa.
Talvez a felicidade esteja realmente lá à frente
como o sol põe no horizonte dando lugar à noite
para cobrir toda a superficie que toca
e a lua lá no alto... em todo o explendor....
perdemos o sol...
ela abraça-nos e diz-nos...
amanhã ele está de volta...
Assim esperamos...

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