Monday, December 31, 2007

Existir

Fazia algum tempo em que não abria um notepad
E me punha a escrever.
Mesmo que não faça sentido,
Não há problema.
São palavras que simplesmente reflectem
Bem ou mal aquilo que sinto naquele momento.
A paz de uma música,
Um gesto, um carinho,
O simbolismo de algo que não existe,
por entre um rasgo de vento
que percorre as frestas
que a distância das pessoas permite.
É algo etéreo,
vazio de significado e que tanto,
ao mesmo tempo,
tão pouco transmite.
É uma questão de perspectiva.
Tudo não é mais do que uma definição,
em que os iluminados humanos chegaram à conclusão
que era a melhor opção dar um nome
no lugar de meter qualquer outra coisa.
Tem alguma lógica,
usar uma plataforma comum
daquilo que são conceitos tão comuns
e ideias tão diametralmente opostas podem trazer.
Bem sei que aquilo que aqui escrevo,
nenhuma diferença faz ao mundo.
Aliás... faz... gasto energia electrica,
pele dos dedos a teclar,
desgasto o teclado com a pressão dos meus dedos.
Neste momento oiço mão morta,
Mas não é de todo inspirador.
Quer dizer, até é, mas não para este rol de pensamento.
ah, Ben, Ben, Ben....
é um prazer a tua existência e o quando a tua música me toca,
faz sonhar e escrever coisas variadas e sem qualidade.
Não pela inspiração que trazes até mim,
Mais pelo canal mesmo.
Por exemplo, este é um claro exemplo de bloqueio,
em que à falta de algo melhor para escrever,
limito-me a escrever o que faço no momento... ou não.
Muito Andy Warholesco.
As coisas também muitas vezes mudam sem nós nos apercebermo-nos.
E as fronteiras que separam o óbvio do velado
pouco ou nada se distinguém à luz do sol que não brilha
escondido atrás da transparente lua
que tudo permite sem nenhuma razão de vedar o acesso
aquilo que não é
porque não crê
não vê e como tal não sente...
Sente... que as coisas nem sempre são como nós queremos,
rezamos ou ansiamos.
E ficam os espaços, que não, não se têm que preencher,
porque nem todos os espaço é suposto estarem cheios...
Cheios de erros como eu dou a escrever desta forma compulsiva
Em que mesmo doendo-me os dedos deste duro teclado
consigo para de teclar.
Porquê? Porque tenho necessidade de encher isto com grande nadas,
ilusões de uma existência sofrível que por vezes teima
em querer nos pregar à cadeira que nos dá apoio ao nosso cú.
Sim, leste bem... escrevi cú... uuuuuu, que eclético é escrever cú.
És capaz de o dizer com todas as suas letras,
C U acento. Ou assento?
Depende da perspectiva,
mais uma vez questão de perspectiva...
Pois no fim, não existe nem certo nem errado.
Existe simplesmente o Existir...
.... quando sequer existe!

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