Monday, August 30, 2010

Manta de Retalhos

Se por ventura um dia vestisses a minha pele
será que suportarias?

Se no frio da noite procurasses a luz
e tudo o que visses fossem paredes vazias
sem mais do que a marca da tua mão a escorrer pela mesma,
o que... farias tu?

O pêndulo do relógio continua a bater
ao ritmos das fatídicas batidas
que batem, batem e batem,
ressoam na minha mente
que a mim mesmo mente,
permanentemente,
incessantemente...
seca e silenciosa...
como tu...

O que é feito do teu beijo?
E que bocas percorrem os teus lábios
que não tocam os meus
que vivem nos teus?
Por onde andas?

Quem és tu e o que queres de mim?
Não te chega tudo o que não obtiveste deste navio fantasma
feito de carne e osso
que navega por entre tormentas
procurando o tesouro algures perdido
que por certo nem sequer alguma vez existiu?

Sou como uma manta de retalhos,
tal e qual como este texto o é,
sabor a Oceano que grita por mim,
invoca a minha presença.

Eu sou o mar,
as correntes os meus braços,
as ondas os meus lábios.
Com os mesmos te beijo,
te abraço,
te protejo.

E a mim?
Quem o faz?

Patética e Ridícula auto-comiseração...

Hora de mudar o texto.

Bem, tenho de ir pagar o gaz.

A vida lá fora não espera por mim.

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