Monday, August 23, 2010

Palavras para quê?

Quis desligar a luz que liga o mundo.
Quis que um dia a noite perdurasse o dia inteiro,
A chuva continuasse a cair
mas as lágrimas não.
Respirar livremente sem amarras que me prendessem.
Viver a vida com todo o querer sem medo de morrer,
pois morrer todos os dias se morre um pouco mais
cada vez que se inspira mais uma golfada de vida.
Perante as circunstâncias que se apresentam
não resta alternativa do que dar um passo em frente
rumo ao abismo que se ergue à tua frente
à minha frente,
a nosso lado.

Quero mais que todo o mundo se foda
pois dentro da minha redoma nada me toca
nada me faz mal
nada me afecta.

É este o ritmo que marcas as nossas passadas...
... erráticas desconexas
cheias de um vão qualquer sentido paradoxal
que em nada se compreende.
Tal e qual as palavras que eu escrevo,
procurando traduzir os sentimentos que me invadem
e respiram em meu corpo.

Apetece-me cuspir,
mas a minha garganta segue seca
daquilo que não pensei, vivi, senti ou vi.
Estás aí, eu aqui.
Poderia ser noutro lado qualquer.
Não importa, mas também não sei o que realmente importa.
Porta ante porta e jaz morta aquele viver que outrora foi marca de uma época dourada.

Pede. Mede. Fede... e continua a debitar palavras sem sentido
Rimas e palavras ocas e fúteis,
como eu... não como tu.
Sorri e vira a página sem olhar para trás.
A dor... essa puta mutilante, lancinante, fulminante fica lá atrás...
Tal como tu ficaste.

Vemos-nos mais tarde.
Ainda há muito para dizer.
Mas o escrever... cessou.
Fica a música que abraça e beija todos os poros do meu corpo
cheio de um sentimento que se silencia.

Perdão.

Palavras para quê?

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