Wednesday, July 07, 2010

escrevo

Por vezes sinto necessidade de escrever.
Não por qualquer razão especifica.
Simplesmente apetece-me escrever.

Não me importa se o que escrevo faz sentido
diz alguma coisa,
uma mensagem profunda,
algum tipo de vanidade ou mera loucura.
Simplesmente apetece-me escrever.

Não que eu chore, cante ou ria com o que escrevo.
Procure viver ou algo com as minhas palavras dizer.
Rimar, procurar, rumar, remar em destino incerto.
Pouco importa.
Simplesmente, apetece-me escrever.

A forma também acaba por ser irrelevante.
A poética, a métrica e o ritmo em igual escala.
Não olho a formas
não olho a meios.
Singelamente pego nas minhas mãos e desato a escrever
o que o corpo, a alma, a mente,
sei lá eu bem o quê querem dizer.
Escrevo, simplesmente...

Não importa se gostam ou não,
Se lêem ou não,
se sentem ou não,
se vivem ou não,
se ignoram ou não
se é bom ou não,
se se identificam com o que é escrito ou não,
se bebem o que é escrito ou não,
se sentem nojo ou não
indiferença ou não...
O objectivo não é de todo esse,
porque, escrevo simplesmente.

Escrevo como se tal necessitasse para viver
Sem a grandes perguntas querer responder
ou talvez queira e não o reconheça
por entre dúvidas e ideias que me assolam
rumo, remo, sigo em direcção a um destino incerto...
... tal e qual quando escrevo.

O objectivo é...
sejamos realistas.
Não há objectivo nenhum.
É o escrever, como outra coisa qualquer.
Nem exige sequer grande saber.
Qualquer ser literato o pode fazer.
Basta para tal escrever.

Também não é que se sinta a necessidade de usurpar da palavra.
Há quem diga que a palavra tem muito poder.
Há quem diga igualmente que palavras leva-as o vento.
Enfim, há quem diga de tudo e nada saiba.
Nem sequer se atrevem a escrever,
simplesmente dizer sem o saber.

Mas, meus caros, e em jeito bíblico,
Em verdade vos digo,
Nunca sei o que vai sair daqui quando escrevo,
mas na realidade tenho de o fazer
e não tenho nenhuma razão mi ni ma men te válida para tal.
Dá-me gozo jogar com as palavras
e perverter o seu sentido,
as ideias que as mesmas transmitem,
baralhando tudo e deixando tudo na mesma,
para caso de olharem ou de alguma forma ouvirem o que escrevo
poderem ter o privilégio ou mesmo desgosto que tanto gosto me dá
e pensarem.... What a fuck???

Pois afinal,
simplesmente escrevo,
sem apelo, nem agravo...

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