Ando afogado na imagem ilusória daquilo que sou eu mesmo.
Perco-me por entre devaneios não mortiços.
Bloqueio sem saber o que bloquear.
Mantenho o frenético ritmo de estar parado.
Sigo no mesmo local sem me mexer.
Oiço apenas o barulho de motores a trabalhar.
Uns mais fracos, outros mais potentes.
A cama está lá ao fundo no corredor.
Não que eu corra em sua direcção.
Tão pouco movo o meu cú do sítio onde ele está sentado.
Já me dói um pouco é certo.
Mesmo assim não o suficiente para trocar de posição.
Continuo a jogar,
o jogo,
o joguinho,
mais um pontinho
e o jogo que é a minha vida
sigo sem o jogar deixando-me perder sem nada fazer.
Penso que por mais de uma vez me pedi na ilusão de um momento que passou.
Não sei bem do que se trata,
tão pouco o que me faz sentir.
Elaborar belas estrofes com sabores de nada conter.
Permitir que se siga jogando o mesmo jogo que não se conhece,
não se entende ou compreende.
E continuas a perder enquanto eu aqui estou a escrever.
Poemas uns dizem... nem sei bem porquê.
Eu simplesmente chamo uma palermice qualquer,
que nem sentido algum tem sequer.
Se quer o querer e sempre sem o fazer.
Distorce-se o sentindo,
perverte-se a melodia,
enterrando-se o juízo,
não permitindo viver o morrer.
Como te atreves?
Como te atreves a sequer por os olhos
naquilo que nem sequer um esgar foste capaz mostrar?
Como te atreves?
Como te atreves?
A mim só me apetecia viver.
No comments:
Post a Comment