Thursday, December 09, 2010

Rumo à indefinição




Ando afogado na imagem ilusória daquilo que sou eu mesmo.
Perco-me por entre devaneios não mortiços.
Bloqueio sem saber o que bloquear. 
Mantenho o frenético ritmo de estar parado.
Sigo no mesmo local sem me mexer.
Oiço apenas o barulho de motores a trabalhar.
Uns mais fracos, outros mais potentes.

A cama está lá ao fundo no corredor.
Não que eu corra em sua direcção. 
Tão pouco movo o meu cú do sítio onde ele está sentado.
Já me dói um pouco é certo.
Mesmo assim não o suficiente para trocar de posição. 

Continuo a jogar,
o jogo, 
o joguinho, 
mais um pontinho
e o jogo que é a minha vida
sigo sem o jogar deixando-me perder sem nada fazer.


Penso que por mais de uma vez me pedi na ilusão de um momento que passou.
Não sei bem do que se trata,
tão pouco o que me faz sentir.
Elaborar belas estrofes com sabores de nada conter.
Permitir que se siga jogando o mesmo jogo que não se conhece,
não se entende ou compreende.
E continuas a perder enquanto eu aqui estou a escrever.

Poemas uns dizem... nem sei bem porquê.
Eu simplesmente chamo uma palermice qualquer,
que nem sentido algum tem sequer.
Se quer o querer e sempre sem o fazer.
Distorce-se o sentindo, 
perverte-se a melodia,
enterrando-se o juízo,
não permitindo viver o morrer.

Como te atreves?
Como te atreves a sequer por os olhos 
naquilo que nem sequer um esgar foste capaz mostrar?
Como te atreves?

Como te atreves?

A mim só me apetecia viver.

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