Thursday, December 02, 2010

Deambulações vazias de um destino proscrito




Sinto que não pertenço aqui.
O local acaba por ser irrelevante.
Seja aqui, ali, acolá,
o sentimento mantém-se.
O de não pertença.

É como se eu conhecesse o mundo
e ainda mais o universo me conhecesse
e no fundo conheço tão poucos
e ainda menos me conhecem.

Todos entretidos na sua vida, 
todos entretidos no seu grupo,
e aqui o pára-quedista observa...
Tal e qual quando vou ao cinema, 
observo o que é projectado na tela
e a vida, toda ela,
a passar ao lado.

Não importa...
Nem sem bem sequer o que importa.
Emerge-se de uma natureza morta,
ou pelo menos soa mortiça...
Lânguida, vazia... 
como tu o és,
Como eu disfarço que não,
mas que no fundo sou.

Sou o seguimento do dia que foi ontem, 
o preâmbulo do amanhã.
Sem tempo para mim,
Numa vida que resta sem fim
num vazio que ficou por enunciar.   

E escrevo...
Escrever sem renunciar ao que sou,
sem bem saber o que tal é...
Pouco importa.
Pouco importa, 
desde que a natureza não seja morta.

2 comments:

Sweet Cherry said...

Perdidos... Sozinhos.. nesta imensidão de Mundo...

Shaolin Dragon said...

e por vezes uns aos trambolhões nos outros....