Monday, October 25, 2010

Pequeno

 

Sinto-me pequeno
pequeno
tão pequeno como uma folha
 que cai de uma árvore
no silêncio cortado apenas pelo vento
que apara a queda
dedo que não toca
ouve o que rodeia
sem lágrima ou guia
deixando o abraço te acolher
ouve...
ouve...
e por muito que tente
já não sei escrever
descrever o que me vai na alma
alma que tenho ou procuro
sem a noção do que é ser
ou respirar o toque
a beleza da viagem
responder ao que fica
e toca
e vibra
por isso quis caminhar
por entre o olhar vazio
vida que respira e transpira
o vazio que reside na vivência alheia.
Pensas nas ilusões que se criam
e crias aquilo que não querias.
Mas não consegues controlar a tua mente.
Deixaste deturpar pela visão que criaste
e bloqueias tudo em teu redor.

Sinto-me pequeno.
Pressinto o que está para chegar
sem bem vislumbrar a sua forma.
Fecho os olhos e consigo cheirar.

Segue uma nova fase, 
uma nova frase,
uma nova página, 
um novo capítulo, 
um novo livro.
Título que ficou por escrever,
ainda por terminar.

Vago, 
espaço que fica por ocupar,
o estar aqui, ali, a sorrir, 
sem nada temer,
sem a ninguém ligar,
parar não é opção.
Quem para morre 
e há muito que não me movo.

O tempo de morrer a seu tempo virá.
Agora... é tempo de viver 
e mais tempo não tenho a perder.
Mas ainda... me sinto... pequeno.

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