Saturday, October 16, 2010

Sabes?


Apago tudo para tudo começar de novo.
O tudo que surge do nada.
Estaca zero.
Espeto no ar o vazio da minha inconsequência,
sequência vazia e repetitiva,
de ideias cheias de ar que nada dizem.

Não, não vou projectar as minhas frustrações em tristezas alheias.

O não saber quando, como, de que forma começar,
empatar com receio de ganhar,
temer sem viver,
ouvir e não dizer.

Espera...

Mais uma quebra,
padrão que se repete num ritmo misericordioso.
Piedoso até sem piada alguma.
Palavras ao desbarato,
e mesmo assim foges com medo que te atinjam.

Coloco até as mãos pelos pés.
Ou será ao contrário?
A mão que não toca,
olho que não vê,
coração que não sente,
mas bate, batem sem parar.
O meu parou.
Congelou no tempo e ele não pára.
Pára.
A pala segue posta.
Já não deveria estar lá.
Mas está.

"Move-te. Move-te."
Grita ele para as pernas em tom a roçar o desespero.
E porque bloqueias?
Tão simples.
É só...
É só...
...um passo,
a seguir a outro,
e mais outro,
em rumo errático.
Errado não importa.

Fico com sede,
molhado.
Falo sem pensar.
Penso sem o dizer.
Faço-o até.
O falar e o pensar deixam de contar.
Remata, chuta para canto.
Dispenso, ainda não sei bem o quê.
Mas dispenso com todas as minhas forças.

O sono é que não.
Começa a cair sobre mim e faz-me falta.
Vou dormir,
para amanhã parvoíces como esta não me faltar.
Afinal...
Sabes o que me falta?

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