Saturday, June 19, 2010

ridículo

Sou ridículo.
Procuro me rodear de pessoas interessantes
de modo a aportar uma réstea desse mesmo interesse à minha insignificante vida.

Sou ridículo.
Pois a minha arte não jaz na criação,
mas sim pegar nas coisas que já existem por aí
e assemblá-las, dando ares de que criei algo de novo.
Patético... apenas ilusão.

Sou ridículo.
Os dias passam, os cabelos brancos cada vez mais
e eu sem nada de significativo realmente meu posso dizer que tenho,
tirando, lá está,
aqueles que de alguma forma são especiais para mim.

Sou ridículo,
Por muito que me digam que posso ser importante para alguns seres,
não o sinto em mim. Não sou eu.
É apenas a imagem que projectaram em mim.
Em mim nada mais resta do que uma nau despida de alma.

Sou ridículo.
Perco o meu tempo em futilidades
que em nada me auxiliam na minha vida quotidiana.
Apenas servem para me perder na minha vã nulidade,
enquanto lá fora o tempo passa e não espera por mim...
Não espera por ninguém.

Sou ridículo.
Oco de rumo ou sentido, que não tem que ser necessariamente algo de mau.
Neste caso, não me parece que passe muito pelo campo do positivismo
quando nem se vislumbra o farol que indica onde começa a costa
E a tempestade há muito se abateu nesta barca formato casca de noz.

Porque no fim,
tudo se perde,
ou simplesmente fica inacabado.
haja paciência meus senhores e minhas senhoras,
porque a minha há muito se foi.

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