Penso
Penso na penumbra do dia solarengo que passa
Penso em fazer e nada faço
Penso em andar e não faço mais do que tropeçar
Penso, oiço, nada mais que a mim mesmo
Penso que sou mas não mais do que ausência,
de mim mesmo, do mundo que me espera lá fora.
E eu fujo. Procuro o que me esconde.
Refugiu-me nas trevas que me acolhem e abraçam
Aconchegam-me num sítio onde as lágrimas têm lugar incerto.
Haveria tanto para dizer
e tudo o que sai do meu grito é silencio
que envolve a dor de um sonho confuso, disperso e difuso.
Penso em calar todas as vozes.
As presentes e as ausentes.
Quero que o sol se apague e a chuva se faça presente.
Penso em depenar os anjos pela sua vã função nesta vida.
Penso e só penso em merda,
Como se eu da mesma pudesse escapar.
Penso, penso e não consigo parar de pensar
e sigo sem ouvir a minha voz
sigo sem rumo nem destino, simplesmente perdido.
Penso no que deveria fazer, como, quando...
as minhas pernas... simplesmente imóveis...
Quero me mover. Mas para onde?
Penso então que o importante é andar
mesmo sem saber para onde,
o importante é mesmo andar.
Penso então em andar e em parar de pensar.
E páro.
Mas no fim sempre penso.
Penso.
Penso.
Penso...
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