Friday, April 29, 2011

Aqui e Agora



Aqui podes fazer a diferença.
Aqui podes ser único ou única.
Aqui e agora.

Não existe o ontem.
Não existe o amanhã.
Apenas o Aqui e o Agora.

O presente é aqui e agora, 
sendo que o momento que se segue já foi.

Podes estar aí sentado,
nessas tuas nalgas largas 
ou com falta de carne, 
a olhar para Aqui,
e eu para aí.
Mas só o Aqui e o Agora é que contam.
O que se diz,
faz,
cala,
desfaz,
Aqui e agora é tudo o que conta.

Porque aqui e agora,
todos vocês olham para mim,
eu para vocês.
Sou apenas eu que falo, 
vocês só ouvem 
e não dizem nada.
Nunca dizem.
Apenas escutam
ou fingem que o fazem.

Não importa...
As acções ficam para quem as praticam
E... para quem as sofre.

Aqui e Agora.
É teu o poder de mudar,
dizer,
"cala-te, só dizes merda",
só tens que o dizer...
Aqui e Agora.

Pois eu estou aqui e agora.
As minhas palavras podem ser balas,
mas sou eu que estou aqui de peito aberto 
à vossa crítica silenciosa.

Aqui e Agora,
troco os aplausos por uma palavra,
troca a minha coragem pela tua cobardia,
troco a minha abundante verborreia pela tua falta de ar.
O tempo é de acção.
Aqui e Agora.

Não existe ontem.
Não existe amanhã.
Apenas o Aqui e o Agora.

E tu?
Vais deixar escapar esta oportunidade?

Aqui e Agora.
Só mais uma vez.

Aqui e Agora.

Friday, April 22, 2011

Efémero eterno



Faz algum tempo que não me sento a escrever seja o que for
como alguém que almeja por algum tempo para si.

Faz mil anos que eu não paro e aproveito, 
me deleito com a sombra dos mil prazeres
que a vida tem para nos dar.

Desperdiçar o tempo com meras futilidades
que nada de novo têm para dar, 
o eterno repetir dos movimentos dados
por todas as gerações passadas
onde em pouco ou em nada se encontra o renovar.

Não é tanto o aborrecimento
como que o alento de uma possibilidade de futuro brilhante
em contraste com o negro presente
que assola o vivente
permanentemente num estado temente.

Por vezes numa tentativa vã de avançar,
nada mais se consegue do que não sair do mesmo lugar
e o melhor mesmo a fazer é parar
sendo que o parado já era o estado anterior
algo que gera ânsia, confusão
um remoinho de emoção que aperta e bloqueia...
AI, a dor.....

Pára.

Respira.

Relaxa.

Nada é eterno
e mesmo essa dor irá passar.

Friday, April 15, 2011

Sorriso



Pilhagens realizadas à revelia da capitania
polulam de mão em mão
ignorando a canção 
vibram no coração
que se enche de emoção.
Ditam o ritmo em tom de balada
da vida entrelaçada
umas vezes irada,
outras simplesmente desembaraçada. 

Pensa-se na próxima palavra
letra ou mesmo do porquê
que fica por escrever
sendo que jamais fica por dizer
entre o espaço do ser 
e o acontecer.

O iô-iô
a ida e volta 
o vai e vem,
mas vem e fica de vez
aqui, 
ao pé de mim
até ao fim 
de mim em ti.

Sorri,
porque eu também.

Finalmente a vida faz sentido.

:)

Friday, April 01, 2011

Pivo



Ajde jano
ajde duso
porque não?
A noite ainda é uma criança
e não há nada que nos detenha.

Ajde jano
ajde duso,
apenas sabemos o dia de hoje
e amanhã a incógnita é presente
num cenário idílico.

A música meio intragável
num som digno de rebentar o mais sensível tímpano.
E as gajas não se querem sentar.
Luís Figo é rei
eu, português desconhecido
em terras do além,
algures no meio do ocidente e oriente.

E só me apetece
ajde ajde jano...
Ai, ai, vida...
Que destino me reservas?
Com que aguarelas pintas a minha vida?
E eu que sigo sem perceber um boi do que para aqui é dito.
Dobro, dobro, mas não dobro
nem vergo pelo que é o essencial das crenças minhas.
E nem mesmo o alcool faz duvidar.

Terra de contrastes estas,
onde os meus olhos se põem
tudo acaba por ser normal.
Tudo é maior do que a dor
que se sente e se esconde
do sentimento escondido
entre o sentimento de ódio ou indiferença pelo vizinho.

Que dizer?
Que fazer?
Sai um outro pivo que amanhã é um novo dia.
Mas pelo menos hoje,
ajde, ajde jano.

O calar dos deuses



Por certo
o eterno movimento incerto
perpetua-se numa ilusão 
devidamente pintada em tons de real. 

Nada jamais fica por questionar,
muito menos por responder.
Sentir no partir
ainda a ausência que está para vir.

Pelo menos os ventos
que se perdem nos tempos,
julga-se ver algo de novo
mas não mais do que o mesmo
que outrora aqui esteve
que agora ainda aqui está.

Ouviu-se por momentos 
vozes de discórdia
autêntica paródia o que se gerou por aqueles corredores,
despidos de sentimentos,
vazios de emoção.

Não aceitas um não
mas é pelo não que te ficas
e é o não que te molda,
tolda e bloqueia a plena verborreia. 

Ausência do sentir 
que estava para vir
mas que deveria residir
no estar
aqui a engonhar
sem saber como abraçar 
o espaço que nos separa
nos trouxe até aqui
e ainda não no une.

São as palavras que nos distanciam. 
Não tanto as que são ditas, 
bem pelo contrário.
As caladas não nos aproximam para um mesmo espaço
ausente da tua presença. 

As cadelas
que se querem belas
 esquecem-se que o néctar da sua beleza
jaz no sumo daquilo 
a que os mais comuns e vulgares dos mortais 
dão o nome de...
alma.

Ai quanto te anseio...
Ai quanto te espero...
Mas não desespero, 
pois o que é meu,
por certo, 
a minha mão irá vir
e o há-de cá não tem lugar...
pelo menos aqui e agora.

Assim me despeço,
assim me calo.