Em cima do programa
que me desmonta
e me faz a cama
aguarda-me o silêncio
da frágil noite
que jaz silenciosa lá fora
ignorando o turbilhão que aqui vai dentro.
O relento
não se capta no momento
em que se abre o olho
que tudo vê mas em nada toca.
Ignora
o rumo que segue sem direcção alguma
coberto de ilusão
do abraço invisível
que nos envolve
enquanto a lágrima cai.
Jamais
imaginei cair sem me levantar
procurar a luz no escuro
espírito que guia sem se encontrar.
Outrora
foi uma imagem
embebida de uma vaga dispersa
com sabor a maresia.
E a ira
da ida
perdida
na vida
sentiu-se tocada por um som.
Nada mais resta dizer
sem que haja um sabor
de missão cumprida
mesmo que isso seja apenas ilusão.
Afinal,
sempre se perdeu o norte.
E tu não estás aqui.
Queres um abraço?
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