Friday, November 08, 2024

Sabor a-mar

 O tempo não espera para que a forma
tome o seu lugar
entre a vida e a morte
sem que verta azeite naquele lagar.

Salgar sem sal
sem que o mal venha por bem
sei que serão cem
sem sentir os costados no umbral.

Pesa o tempo
e o sono
e o momento
vira morno.

Perdoa o vento
que deriva do pensamento
sentimento
sem julgamento.

Julgava perdido
no entanto era fodido
sem pedido,
apenas temido.

Lá vai o efeito
por certo satisfeito
do ar rarefeito
com a força do impulso desfeito.

Teimo.
Teimo em persistir
no carpir
que me faz rir
sem partir. 
E o efeito de sorrir, 
sem nada feito
reluz no vidro
cheio de efeito
perfeito
sem eito
mas eleito.
 
A bomba aguarda. 
Em igual dimensão
faz-se presente a guarda
há espera de perdão
fundido na tesão
ali jaz a Marta,
toda aberta e despejada
da emoção
que agora se foi.
Tal e qual o boi
que não mata
mas mói. 
 
Reduzido a pó, 
a nada,
à inexpressão,
solidão 
sem hostilidade.
No final
resta apenas espaço 
para a verdade
ficar por declamar.
 


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