Saturday, January 24, 2015

Parar

Existem questões que nos assolam
sem para que tal haja razão 
e tão pouco resposta
sem que nova dúvida se imponha
no lugar outrora ocupado pela certa
que não era mais do que dois dedos de conversa
pensada intensa
mas só os que sentiram
se tocaram 
a um ritmo indefinido de cordas
por entre notas
que tocam no fundo
sem no fundo saberem
que não podem dizer 
aquilo que os olhos não viram. 

E por entre a brecha da janela
entra o sol 
que confessa o seu crime
de ausência da lua
que ainda agora estava ali. 
Veio a luz
tocar na escuridão
para o breu retirar
sem sequer vacilar
respirar talvez
até que algum dia é de vez.

Vês o que me fazes escrever...
O medo presente
na mente dormente
mas mente
sem que te apanhem 
na entranha visceral 
da tua dor viral
causada pelos teus actos vãos 
julgados de valor
de amor algum
que alguma vez esteve entre a  gente.

Tocam as badaladas 
que abalam o inspira-expira
da data.
Não ata, nem desata.
Atrapalha a vida
onde ele acreditava ser o herói
e não era mais que o vilão de si mesmo.

Entre o tic e o tac
vai o debate acalorado de quando acabar.
Até ao momento, 
altura,
tempo, 
minuto, 
segundo, 
em que não há mais do que... parar. 

E como tal, 
Parou.

photo by:

troyek



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