Thursday, January 20, 2011

Estranho



Estranho

Tudo é tão estranho.

Estranho 
Imaginado 
sonhado.

Soalho.
Só alho.

Palavras, palavrinhas
soltadas ao desbarato.
Desbravadas
no mato que te envolve e rodeia.

Colmeia.

Com a meia.

Surreal.
Coloquial.
Temperamental.
Um mal 
sem aval
paras tudo
dizes que é a tal.

Ausente no presente,
perguntando o que foi o ontem 
sem saber o que será amanhã. 

Para a frente
para trás,
ninguém sabe, 
ninguém pára,
ninguém pergunta, 
ninguém sente.

Ausente.

No presente.

Porque é estranho.
Tão estranho.
Não tem forma, 
no entanto toca
sem ser capaz de determinar a sua origem. 

Loucura talvez.
Não vês?

O que dizes?
Éramos três, não éramos?
E felizes também?
E agora o que somos?
Abre-se uma laranja
e os gomos docinhos,
ali como nós, 
que nos perdemos na voz,
de mim em ti,
ti em mim,
em nós,
na voz.

É estranho,
tão estranho.

Não é perturbador, 
Apenas estranho. 

Não é vazio
tão pouco um rio
mas eu riu-me porque gosto
ou simplesmente não sou capaz de calar a ironia em mim.
Aquilo que vi
e aquilo que ainda quero ver.
Nem vou dizer.

É fértil o mundo, 
bem como a mente
e a estupidez humana também.
Tudo coisas ricas em alimentar aquilo que é estranho.
Tão estranho.

Entranho no medo que em mim não reside,
alimento a personalidade borderline, 
o sono que teima em não chegar, 
onde o cansaço transforma imagens claras
em borrões desfocados
de tão estranhos que são
ao saudar a nação.

Também eu saúdo, 
pois sou um estranho 
no meio de tamanha multidão.

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