Estranho
Tudo é tão estranho.
Estranho
Imaginado
sonhado.
Soalho.
Só alho.
Palavras, palavrinhas
soltadas ao desbarato.
Desbravadas
no mato que te envolve e rodeia.
Colmeia.
Com a meia.
Surreal.
Coloquial.
Temperamental.
Um mal
sem aval
paras tudo
dizes que é a tal.
Ausente no presente,
perguntando o que foi o ontem
sem saber o que será amanhã.
Para a frente
para trás,
ninguém sabe,
ninguém pára,
ninguém pergunta,
ninguém sente.
Ausente.
No presente.
Porque é estranho.
Tão estranho.
Não tem forma,
no entanto toca
sem ser capaz de determinar a sua origem.
Loucura talvez.
Não vês?
O que dizes?
Éramos três, não éramos?
E felizes também?
E agora o que somos?
Abre-se uma laranja
e os gomos docinhos,
ali como nós,
que nos perdemos na voz,
de mim em ti,
ti em mim,
em nós,
na voz.
É estranho,
tão estranho.
Não é perturbador,
Apenas estranho.
Não é vazio
tão pouco um rio
mas eu riu-me porque gosto
ou simplesmente não sou capaz de calar a ironia em mim.
Aquilo que vi
e aquilo que ainda quero ver.
Nem vou dizer.
É fértil o mundo,
bem como a mente
e a estupidez humana também.
Tudo coisas ricas em alimentar aquilo que é estranho.
Tão estranho.
Entranho no medo que em mim não reside,
alimento a personalidade borderline,
o sono que teima em não chegar,
onde o cansaço transforma imagens claras
em borrões desfocados
de tão estranhos que são
ao saudar a nação.
Também eu saúdo,
pois sou um estranho
no meio de tamanha multidão.
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