Por entre os canais de comunicação
onde a fala se perde
a palavra se eleva
a frase destrói
a rima confunde
o sentimento se funde
na imensidão que é o vazio
preenchido por todo aquele espaço
ocupado pelo nada dentro de todos nós.
Ouve a nossa voz
como se nada mais fosse preciso
para nos encher
desse sentir a que muitos chamam de viver.
Porque perder o que nunca se teve
e não se sabe o que se quer.
Querer
perder
o poder
que nunca teve
ou deteve
sem margem para dúvidas
hesitações
ou tentações.
Toca-me aqui
apenas para ver se ainda sinto.
As terminações nervosas
de quem nada termina
plantando a próxima mina
na esperança de uma vida colher.
Pede um pensamento de louvor
ao temor imperante
reinante que reina
em terreno de Rei posto
Rei deposto
em busca de coração perdido.
Puro lapso
elevado ao pequeno salto
que nunca deu pelo medo de tropeçar no invisível
indivisível pelo próprio ser.
Foi fruto de uma miragem que se colocou ao dispor
de quem veio, viu e venceu
dispôs e colheu o que semeou.
Cuidado com as sementes que plantas.