Para se escrever
é sempre necessário haver um tema
por muito que se tema o que é escrito
ou simplesmente vivido
sob a vazia casca a que muitos chamam de vida.
Ida fina e tão pouco segura de si mesma
reflecte as ausências do ser que outrora ocupou o seu corpo.
Morto por agora,
vivo ao dia de ontem.
Permanece um indecifrável mistério
a razão para tamanha confusão.
E eu que pensava que era apenas da minha cabeça.
Se bem que já apresenta algumas dificuldades
em juntar o B com o A para formar o BA.
E não é o BA de Batman
ou Batwoman
que por vezes se confunde com o Bate-me uma.
Tão brejeiro que ele é
e em igual grau preocupado com tal,
como se me pagassem para olhar para o que escrevo
como digo e aconteço.
Na sombra permaneço
sem prestar atenção
ao errante alheamento da nação
vagueando na noção
do "eu sei o que é o melhor para ti"
Toca aqui!
Torna-se fácil desarmar as mentes nuas
que percorrem as ruas
do alto das suas andas
e tão baixo caminham
por entre a podridão
aludindo-se à ilusão
de tamanha pseudo-elevação.
Não há tempo a perder
enquanto pensaria no que fazer
sem encontrar resposta
à demanda que se colocava
subtilmente colada
à aleatoriedade
de tamanha vontade
que recusava vergar
perante impressionante demonstração de inutilidade.
Diga-se o que se disser
o entendimento e perfeição
apenas se encontra ao dispor dos néscios hipócritas
que encontram nas orações
que negam a pés juntos fazê-las
a resposta à questão imperatriz,
matriz dorsal do momento presente.
Responde a verdade.
Não para mim.
Simplesmente para ti.
Tu?
O que fazes aqui?