Eram lágrimas não vertidas
aquelas que jorravam impregnadas
e soterradas no silêncio profundo
mergulhado na dor da sua ausência.
A solução para tudo é a remoção,
o afastamento daquilo que se julga nefasto
quando na realidade não é mais do que sal
à espera de melhor destino distante.
Não quis,
não quero escrever mais
não quero escrever mais
quando a dor da tua ausência é por demais evidente.
A tal ponto que nem sou capaz de disfarçar
nas palavras que deito para fora
pintadas no negro da dor que marca a minha pele
pela ausência do teu toque.
Sinto a tua falta
e não te o posso dizer de outra forma.
Não quis dizer nada,
mas também não consegui dormir.
E o dia é mais um que se passa longe de ti
quando eu te quero aqui,
beijar-te,
tocar-se,
sentir-te,
sem nunca te perder de vista
onde juntos somos felizes,
sem hipocrisias.
Dói-me a tua distância.
E a chuva lá fora grita o que sinto
E aqui me quedo
sem vergar ao sono,
à espera de algo.
O que sei não importa o quê
aproxima
destila
e amo.
Morro,
mas não quero.
Vou-me deitar....
enquanto posso...
pois os olhos não conseguem ver o sonho
talvez real,
talvez cruel,
talvez feliz.
É a minha vez.
talvez real,
talvez cruel,
talvez feliz.
É a minha vez.
Photo by: Hclemon |